Ristorante

Já havia passado o horário do almoço e agora, os funcionários cuidavam de limpar o lugar para abrir as portas para o jantar. A pedido de Vincent, as portas estavam fechadas. Ele não queria clientes, nem nenhuma surpresa aquela tarde. Tinha negocios a discutir. Negocios interessantes e importantes. Avisava a Casio e Rico que ficassem de guarda
E que encaminhassem o candidato, tão logo ele chegasse. Seguia para o escritório, acendendo um charuto que retirava do paletó.. o sorriso no rosto, enqunato olhava a foto do garoto de ouro dos republicanos de New York..

Elliot não demorava muito a chegar apos a conversa com Gio, onde novos planos eram traçados, e ele ja havia começado a por em execução. Ainda pensava sobre ligar para Elise, faria isso a noite.. de casa. Sua prima era geniosa e ele lembrava bem da ultima conversa que tiveram em sua despedida de solteiro. Mas agora, ele tinha mais com o que se preocupar. Dizem que não se faz um omelete sem quebrar os ovos.. então ele teria que conversar com o homem que detinha poder sobre todos os politicos e chefes de policia locais.. Sim Vince ele ja tinha ouvido falar de você... e sabia que você poderia ser uma pedra no sapato se quisesse... o bentley branco parava diante da cantina.. um lugar pitoresco para uma reunião.Lembrou que Gio falava sobre mulheres ali.. teria que aparecer na cantina qualquer dia.. Haviam dois capangas na portaria que abriam a porta para que ele entrasse e o mais baixo o guiou em silencio... ate o escritório mas antes de deixa-lo entrar o revistava por completo.

- Elliot Windsor.. – Vince falava recostando na cadeira. A mão que tinha o charuto entre os dedos indicava a ele a cadeira para que sentasse. Era um escritorio simples, como pedia toda a estrutura daquela cantina, mas se olhasse os detalhes Elli, perceberia onde estava o refinamento e o dinheiro. – Como vai o candidato preferido de Nova York? A que devo a honra dessa visita? – ele falava, o sotaque italiano visivelmente carregado.

Elliot observava o homem a sua frente e a indicação que ele fazia com o charuto para que sentasse.... o sorriso calculado nao saia do rosto quando ele abria o botão do terno armani para sentar. E assim o fazia, não tinha muito tempo devido ao evento de Alissa, então tentaria ao maximo ser breve naquele encontro Vincent.

- Vincent Pizzetti, é um prazer finalmente conhece-lo.. – ele mantinha o sorriso. – Eu tentarei ser breve, porque ainda tenho um compromisso infelizmente inadiavel mais tarde.. – Negócios.. é o que me traz até você..

Vince mantinha o olhar sobre ele.. conhecia aquele tipo pelo cheiro. Meneava a cabeça quando ele dizia que negocios era o assunto e dava mais um trago no charuto antes de deixa-lo sobre a mesa.. sinalizava para que Casio saisse da sala, o capanga assim o fazia,e ele levantava-se caminhando até a estante onde pegava duas taças e uma garrafa de vinho olhando calmamente a safra..

- Está precisando de reservas em minha cantina? – Ele sorria, abrindo o vinho e servindo aos dois sobre a mesa. – Que tipo de negocios, você precisa, candidato? – ele perguntava degustando o vinho em primeiro lugar, antes de beber.

Elliot nao virava para acompanhar quando ele se desfazia do capanga.. nem mesmo quando ele demorava para retornar trazedno o vinho. Agora nao havia como voltar atras. Ja estava acostumado a mexer com gente do submundo mas nao com alguem do status de Vincent Pizzetti. Olhou o vinho que foi deixado sobre a mesa, e repetiu o gesto de vincent antes de beber. Provou da bebida.

- Eleições.. – dizia tão logo Vincent sentava. – Sei que tem alguns contatos importantes e interessantes para mim.. e que uma eleição nem sempre precisa chegar ao segundo turno.. Este é um ano assim não acha? É o que eu quero.. uma eleição limpa.. sem segundo turno..

Vincent o observava enquanto ele dizia o que queria. Mexer com as eleições em cima da hora, daria um bom trabalho, ia envolver chantagem, violencia e ate mesmo um pouco de sedução, pra sua sorte Elliot, ele tinha as armas certas disponíveis todo o tempo...

- E em troca? Todo candidato faz promessas.. quais serão as suas promessas, candidato? – ele perguntava.. ter um homem na prefeitura aumentava sua gama de atividades e dinheiro..

Elliot deixava os olhso no vinho por alguns segundos antes de subir os olhos para ele novamente.

- Um candidato precisa saber o que o eleitorado dele precisa.. e assim fazer as promessas certas..

Vincent o olhava serio.. para só então depois de algum tempo deixar-se rir largamente. Então inclinava o corpo para frente, o sorriso havia morrido no rosto.

- Licitaçoes.. concorrencias, impostos.. por enquanto é a necessidade do povo.. – ele dizia. – Eu te consigo a eleição em primeiro turno, com uma larga diferença de votos.. com apoio de senadores, ministros de governos anteriores, formadores de opnião da midia, seu nome nunca vai ter estado tão em alta.. – a voz rouca e grave do italiano soava tranquila. – Em troca.. todas as licitações e concorrencias da prefeitura são minhas.. alem de olhos fechados para alguns impostos..

Elliot mantinha os olhso sobre ele,enquanto ele falava sobre as coisas que queria.. parecia um preço justo.

- Para as concorrencias eu vou precisar de orçamentos superfaturados, para não ter problemas com alguma auditoria.. – avisava, sabendo dos riscos que poderia ocorrer.

Vincent meneava a cabeça. Com quem ele estava achando que lidava? Amadores? Quase sorriu.

- Faça a sua parte candidato.. e não vai correr nenhum risco.. – ele levantava parando na mesa, encostando bem ao lado de Elliot. – Agora.. não tente me enganar.. não tente brincar comigo, Elliot.. se vamos fazer negocios, façamos como homems.. – batia forte no ombro dele, apertando. – Eu cumprirei o meu lado em algumas semanas.. ja pode se considerar eleito, prefeito.. agora.. – ele crispava os labios estalando antes de menear a cabeça levemente. – Não tente bancar o esperto comigo e simplesmente esquecer do seu lado depois que estiver eleito.. porque a Ordem.. não vai te salvar.. – ele sorria. Soltando o ombro de Elliot, sem desviar os olhos negros dele.

Elliot por alguns segundos, arregalou os olhos.. ele era membro da Ordem?! Mas então nem devia pedir nada em troca.. era uma questão de ajuda mutua.. e Keith nao lhe falou sobre procurar um membro, apenas procurar por Vincent Pizzetti, um contato da mafia..
Mas nao fez a pergunta que retumbava em sua cabeça.. como.. e quem dentro da ordem era Vince..

- Eu não quebro acordos. – limitou-se a dizer.. – está feito então?

Vince batia novamente no ombro dele desencostando da mesa.

- Claro que sim prefeito.. – deixava livre o caminho da porta da saida, nao sem antes apertar sua mao Elliot, com o olhar mais frio que você ja tinha visto um dia.. e havia algo naquele olhar que o fez engolir em seco antes de sair.

Talvez porque toda Sociedade Secreta precise de um carrasco com licença para matar Elliot.. e você tenha acabado de conhecer um.

*A reunião com Mellanie e Ryan fora deveras produtiva, hm? E, apesar de ser apenas um novato na empresa, Sean já mostrava a que veio. Era o tipo de funcionário que vestia mesmo a camisa de seus clientes e não seria diferente na Concilium. Muito pelo contrário! Era tão profissional que sabia que, por ser uma indicação de Ryan, qualquer fracasso de sua parte, poderia refletir no amigo... e isso era a última coisa que ele queria. Após a reunião, o advogado voltou à sua sala para resolver ainda alguns problemas pendentes, bem como fazer mais algumas pesquisas. Com o celular, mandou uma mensagem ao seu contato do submundo, pedindo para que o encontrasse na Cantina Italiana. Ali Sean sabia que teria as melhores informações sobre Miranda. Ou ao menos alguém disposto a buscar o que ele precisava saber. E o mais importante era exatamente conseguir o máximo de informações possíveis. A jornalista ainda não havia lidado com alguém que tinha tanta ética quanto ela: nenhuma. O importante era se tornar o melhor no que fazia, certo? Muito bem... Sean sabia entrar nesse jogo também.E jogava muito bem...

Saiu da Conclium de taxi, para que ninguém pudesse ligar seu carro ao local para onde estava indo. E, como não era burro, fez duas ou três paradas, sempre subindo em um taxi diferente, em um ponto diferente de onde havia descido do anterior. Era mais uma forma de se precaver... e tomar um café, claro. Precisava de sua cabeça sempre funcionando em 110% de sua capacidade. E levou uma hora, mas chegou ao local onde marcou com seu contato. Rumou para uma das mesas mais afastadas, sentando-se em uma cadeira e chamando o garçom, pedindo um café italiano e uma água sem gás. Agora cabia a ele esperar que seu informante chegasse. Quando o viu, levantou-se para cumprimenta-lo, sentando-se novamente em seguida e chamando rapidamente o garçom, olhando para o homem à sua frente.*

- Quer pedir algo antes de começarmos a conversar?

Sean seguia o caminho escondendo qualquer rastro que pudesse deixar a respeito de onde ia. E caminhava para o ponto conhecido como foco de encontros de submundo. Uma pacata e tranquila Cantina Italiana. Havia ligado para seu contato e Franco Orsatti, um Sgarrista especialista em espionagem era quem o respondia ao telefone, animado por escutar a voz do advogado. Sempre que Sean lhe ligava significava trabalho, nem sempre limpo, mas sempre rentável. O encontro fora marcado e na hora exata, a figura do homem bem vestido, em um terno caro surgia, retirando o chapéu fedora, para deixar sobre uma das cadeiras vazias ali.

- Como vai?! – Sorria largamente, sentando-se em seguida. – Pensei que havia desistido de meus prestimos.. nunca mais fez contato.. – ele ouvia quando Sean perguntava se ele queria pedir algo, e retirava o cigarro do bolso interno do paletó. – Por favor.. vinho da melhor safra.. – e claro que sairia por sua conta a bebida, hm Advogado? Ele acendia o cigarro, com os olhos azuis curiosos sobre você Sean, a ausencia do sotaque deixando a duvida da naturalidade dele.

- E então.. o que está precisando desta vez?! Algum juiz no seu pé? – Perguntava com um sorriso divertido. Não se cansava de se divertir com alguns serviços passados por Sean.. principalente quando era pra ter um juiz ou um promotor nas mãos.

*Sean estava sentado enquanto aguardava por Franco. Já estava acostumado a trabalhar com o homem. Sabia que ele cobrava caro e que era "metido a malandro", mas ao menos o advogado confiava nele, em sua competência. E na hora marcada, o loiro adentrava a Cantina. Sean levantou-se e o cumprimentou, indicando o local para ele se sentar, ouvindo então o comentário sobre o fato de Sean ter "sumido" por um tempo. O advogado esboçou um sorriso nos lábios, fazendo um sinal para que o garçom trouxesse logo a garrafa do vinho, com duas taças.*

- É... eu estava tentando trabalhar de forma limpa. Mas não adianta... esses serviços me seguem, onde quer que eu vá!

*Claro que era Sean quem iria pagar. Graças a Franco, o advogado havia feito seu nome na área e era bem visto por todos, apesar de seus métodos raramente convencionais. E Sean ria quando ele perguntava sobre algum juiz o estar dando trabalho novamente. É, aqueles dois eram bons e destruir as carreiras de juízes, promotores, advogados... e agora, jornalistas. Sean respirou fundo, enquanto o garçom trazia o vinho para os dois, com a garrafa já sem a rolha e os servindo. Esperou que o homem se afastasse, para só então voltar sua atenção a Franco.*

- Não... dessa vez será algo diferente. Já ouviu falar de Miranda Hallywell, certo? Aquela jornalista que adora foder com a vida de todo mundo...

*Levou a taça aos lábios, sorvendo um gole curto do vinho, apenas para molhar a boca. E esperava pela resposta de Franco, com os olhos verdes fixos no rosto do outro homem. Sean sempre desconfiava de tudo e todos. Se ele era uma pessoa que não valia nada, e sabia disso, com certeza havia mais pessoas assim no mundo... então era melhor não confiar em ninguém. Principalmente em Franco... que era muito competente... mas naquele mundo, na maioria das vezes, quem mandava era o dinheiro, hm?*

- Ela está trazendo alguns problemas... mas eu sei que tem algo por trás dessa mulher. Preciso que você descubra tudo sobre ela! Que horas ela acorda, que horas ela vai ao banheiro, o ciclo menstrual dela, com quem ela conversa, com quem ela trepa... tudo! Pago 50% agora... e o resto depois, quando me conseguir algo bom o suficiente para acabar com a vida dela. Não quero apenas... tira-la de circulação por um tempo. O plano é destruí-la...

*Ele falava com calma, apesar do assunto que os dois tratavam. E Franco sabia que se ele já se propunha a pagar 50% do valor naquele momento, era porque havia certa urgência naquele assunto. Queria tirar Miranda de circulação o quanto antes, com força. E, não, ele não estava preocupado com Mellanie, Vitto, Cameron, Enzo ou o diabo que seja... ele apenas queria crescer dentro da empresa. E miranda seria o caminho.*

Franco gostava de trabalhar com vc Sean, pq era o tipo de cliente que não regateava preço ou condições. Dizia o que queria, e sabia que teria o serviço de excelente qualidade pagando exatamente o que ele valia. Então sorria quando voce pedia ao garçon que trouxesse o vinho. Os olhos acompanhando a garrafa que era posta sobre a mesa apos o servir das taças. Tomava a taça para o degustar antes de tudo e os olhos do loiro permaneciam sobre você enquanto explicava quem seria o otário da vez. Nada dejuiz, ou promotor.. estava enveredando por outra área agora, Dr Lockheart?

- Miranda Hallywell.. sei sim.. uma jornalistazinha que anda no pé de celebridades.. – ele sorria tirando o pequeno bloco de anotações do bolso, para grifar o nome dela. Ele queria todas as informações sobre a mulher. Ele ia ouvindo enquanto ja pensava em por onde começar.

- Sem problemas. Dois dias e vai ter o material. Fotos, videos, ate a ultima camisinha que ela usou...

Ele tinha alem dos proprios talentos uma rede de contatos e informantes que trabalhavam para ele, desde rede de telefonia, correio, internet, jornais, revistas, até os proprios informantes de rua... Nada se passava em NY sem que caisse nos ouvidos de Franco Orsatti. Por isso Vince tinha um dossie sobre o atual prefeito de NY tão preciso. E Sean oferecia 50% do serviço agora? Por isso ele gostava de trabalhar com vc Sean.

- Feito..

*Franco sabia como Sean gostava de trabalhar. Advogados não tem tempo o suficiente para gastar com papo furado, e Sean era um excelente advogado! Tudo bem que ele não era muito ético... mas quando tinha que trabalhar, ele o fazia a qualquer custo. E daquela vez, não seria diferente. Sabia que Ryan havia "bancado" a sua contratação na Concilium, e ele iria corresponder à altura. E as palavras de Franco deixavam o advogado satisfeito. Sabia que ele era a pessoa certa para conseguir derrubar Miranda, tendo em vista os últimos serviços que passou ao loiro e todo, TODOS, foram bem sucedidos.*

- Perfeito... não quero que ela tenha uma brecha se quer para escapar, Franco. Quanto mais você conseguir foder com a carreira dela... melhor!

*Ele era direto. Era como se Miranda tivesse feito algo contra ele próprio. E, na verdade, ela fez. Afinal, ele também foi "prejudicado" por aquela reportagem dos funcionários da Concilium com Giovanni. Levou a taça de vinho aos lábios, dando um gole rápido e deixando a taça novamente sobre a mesa assim que ouvia a resposta positiva do loiro, sorrindo para ele. Ótimo! Agora era apenas acertar o pagamento e pronto, tudo estaria resolvido... ou ao menos bem encaminhado, afinal, não tinha como saber se as informações que Franco conseguiria iriam o ajudar.*

- Excelente. Quanto vai custar isso? Basta me falar o valor... lembrando que os gastos extras que tiver, eu reembolso depois...

*E já tirava o talão de cheques e uma caneta do bolso, abrindo o talão e assinando, preparando-se para preencher com o valor que o outro lhe falasse. Dinheiro não é problema, Franco... mas não abuse da boa vontade de Sean. Ele paga bem... mas ele cobra e você sabe muito bem disso.*

Franco sorria enquanto Sean parecia satisfeito com os prazos para o serviço. Ouvia ele falar que queria o podre dos podres descoberto e como nem você nem ele tinham escrupulos valia a pergunta.
 
- E se por acaso eu não encontrar nada que incrimine a jornalista... eu crio? – perguntava. Oras não seria a primeira vez que uma carreira poderia ser destruida por provas plantadas.
 
Ele queria saber o preço e Franco pedia mais um vinho quando aquela garrafa ja estava dando por vencida.
 

- Se for limpo.. o preço de sempre.. 20.000.. pra eu te passar um dossiê completo, com foto, video, e-mails, sms, e o diabo a quatro que ela utilizar.. – ele sorria sorvendo um gole da taça recem preenchida – Se for com acrescimo.. – ou seja.. com provas plantadas – 100.000 e eu faço ela ser condenada a cadeira eletrica.. – ele sorria.. e todo o esquema era claro, sem pistas, sem nomes, sem dicas, sem nada que levasse até Sean Lockheart.