Àrea comum

Os últimos dias tinham sido uma loucura, desde que Van Dike tinha desembarcado em NY! Pelo menos, a ala financeira inteira estava trabalhando com afinco para deixar o planejamento da UBS tinindo para uma eventual reunião com ele. E Amy era a estagiária mais dedicada, uhm? Porque vivia na ponta do lápis... Fazendo as contas para poder ficar até onde o limite de perder as primeiras aulas permitiam... Porque estar no time que teria ajudado trazer a UBS para a Concilium era uma oportunidade de ouro!

Então não era raro e contra-la esbaforida pôs corredores... Meio descabelada, os óculos tortos... Sempre com pressa, atrasada para assistir alguma aula mais importante na faculdade. E aquela era exatamente a ocasião: a mochila enorme jogada por sobre um ombro, várias pastas nas mãos... Os saltos enganchados em uns dos dedos, porque ela não atirava aquele tormento fora da empresa, já calçando sapatilhas confortáveis nos pés. E estava brigando com o elevador... Apertando insistentemente o botão com o cotovelo, já que as mãos estavam ocupadas, porque estava ali esperando já devia fazer uns cinco minutos!

- Qual é... Eu vou perder a segunda aula assim! - ela reclamava sozinha.

Nos ultimos dias a Concilium andava em polvorosa. As equipes montadas em prol de conseguir uma melhor estrategia financeira e juridica para apresentar a Van Dyke, aproveitando da estadia do homem em NY. Apesar de William não achar a melhor das ideias fazer issso antes do casamento do prefeito. Talvez fosse melhor uma viagem da equipe responsável até San Francisco atacar o Van Dyke em casa.. Mas no momento estava responsavel por colher informações dos contratos juridicos, e com isso, ficar ate mais tarde comendo comida chinesa no escritorio até a hora de ir embora.. e finalmente ja podia ir..

Seguia pelo corredor apertando a area entre os olhos.. os cabelos loiros bagunçados, a camisa social dobrada a manga, a gravata desfeita pendurada no pescoço.. o paleto no braço que levava a maleta com o lap top. E avistava a cabeleira ruiva no elevador.. ele sorria se aproximando..escutando ela reclamar do horario para chegar na faculdade.

- Olá cinderela... a carruagem vira abobora só a meia noite.. mas te deixa no local do baile antes deisso.. – Ele dizia com um sorriso, vc tava evitando ele nos ultimos dias Amy.. mas ele só estava te oferecendo uma carona.. e voce estava precisando hm? Vai recusar?

Ela se virava meio assustada ao ouvir a voz, sem divisar exatamente do que a estavam chamando. Estava parecendo uma louca, vai que fosse Ryan... Ou algum consultor sênior...! Mas era William! E acredite ela na ficava mais aliviada por isso.

Equilibrava as pastas e os sapatos em uma só mão, para usar a outra para ajeitar os óculos, sintonizando no que ele estava falando. As vezes era complicado de entendê-lo! Mas parecia que ele estava oferecendo uma carona! E com aquele sorriso que derretia geleiras...! E ela te achava lindo, William, te olhando por um momento, antes de ficar toda vermelha, olhando para os lados.

- Aaaahm... Obrigada mas... Não precisa! Está tudo bem e meu ônibus... - ela começava, mas não terminava. O ônibus devia estar passando nesse exato minuto e ela estava perdendo ele por causa do maldito elevador que não chegava. Deu um longo suspiro - não... Vai te atrapalhar muito? - Perguntava num tom baixinho, preocupada.

Viu, William!? Ela nem estava te evitando! Quer dizer... Pelo menos fora da empresa ela não estava. Mas a Concilium era um lugar sagrado! E ela, uma moça séria.

E ele permanecia ali parado, desalinhado mas sem perder o charme devido ao estado do fim do dia.. os cabelos compridos caindo por sobre os olhos que não saiam de você enquanto ele oferecia a carona. E você ia recusar!?! Ele arqueava a sobrancelha.. voltando a apertar o botão do elevador. Mas os deuses estavam do lado dele e você aceitava Amy, justo quando mais funcionarios da Concilium se aproximavam.

- De jeito nenhum.. eu vou pra aqueles lados mesmo. – e que lados?! Nem sabia qual universidade ela fazia, mas ia pra lá mesmo assim.. e ja se adiantava para pegar os livros dela e assim livrar suas mãos Amy. E não adiantava reclamar ou relutar ou passaria vergonha na frente dos outros.

E claro que algumas das meninas ali não etendiam muito bem essa proximidade.. ele, um advogado contratado, filho de W. Wallace, bonito, elegante, rico, educado, cheio de galanteios e inclinações para a nerdizinha sem graça da empresa.. ou o mundo era muito injusto, ou tinha algo escondido por tras..

Mas ele permanecia ali, ao lado dela e assim que o elevador abria a porta, Amy, ele dava passagem pra vc entrar primeiro.

Ahhh pelo bem da sanidade dela ela ia recusar. Mas ia perder a aula, Amy? Pois é. Não era tão doida assim. Ainda. Dava um suspiro e aceitava, já sentindo o frio que começava na barriga correr pelo restp do seu corpo.

E ficava tão nervosa com a enchurrada de gente da Concilium que estava saindo ao mesmo tempo, junto com eles, que ela esquecia de desconfiar quando ele dizia que estava indo para os lados da Columbia. E ficava roxa, claro, quando ele se aproximava para pegar as coisas da sua mão.

- Não... precisa... - Dizia baixinho. Mas já era tarde demais. E ela não ia ficar insistindo na frente das pessoas, deixando um sorriso sem graça para as garotas que ela sabia que estavam falando dela, antes de entrar no elevador.

E nada como alguns segundos de constrangimento... olhando para o teto ou para chão, com toda aquela gente dividindo o mesmo espaço. E ela não apertava botão nenhum já que ia com você, William, saindo do elevador assim que possível e esperando-o para saber onde é que tinha colocado o carro, andando rápido e em silêncio até ele e sequer esperando-o abrir a porta, como já tinha se acostumado, apenas para ficar na proteção que o carro dele oferecia. Entendia agora porque ela detestava que se tratassem com mais intimidade na empresa, Will?

E com aqauele olhar que ele lhe dedicava seria um pouquinho mais dificil de recusar a proximidade dele, ou mesmo aquele tomar dos livros e maletas que você carregasse. Então o grupo de funcionarias e funcionarios que tambem estavam no serão começavam a sair e logo o elevador estava apinhado de gente Amy.

- Willy.. este fim de semana, você vai estar livre?! A gente estava organizando um passeio de escuna, pra comemorar o fim dos projetos para a UBS. – era a voz de Liliam uma das estagiárias do Jurídico.

Ele sorria com o convite, um passeio de Scuna nao seria nada ruim, para desopilar de tanto trabalho.

- Vamos sim, eu e a Amy, coloca na lista! – Ele avisava. E o sinal para a chegada do elevador no piso da garagem era dado, e ele saia, deixando que ela passasse na frente como sempre

E não tinha como não rir Amy, ao ver vc ligar o motorzinho naquelas sapatilhas e sair desesperada em direção ao carro dele, entrando sem nem esperar ele abrir a porta.. Ele se aproximava da janela aberta para lhe entregar seu material.

- Estamos em fuga?! – ele perguntava quando sentava do lado do motorista, colocando o cinto de segurança. – Só pra eu saber se devo pegar alguma transversal estratégica.. ou se vc vai sair abaixada aqui no carro.. – ele dizia como se fosse a coisa mais natural do mundo enquanto dava partida no carro. Columbia ne?! Tudo bem.. e ele seguia ate parar exatamente na frente da sua universidade. – Ce... tem vergonha de mim? – Ele sabia que nao era bem isso..mas queria ouvir a sua versão dos fatos.

Amy até achou que teria passado ilesa... Não fosse aquele convite para o passeio de scuna. Primeiro porque sabia que Liliam era afim de William desde que tinha entrado na Comcilium por conta das conversas de corredor. E segundo porque... MEU DEUS DO CÉU! Ele estava dizendo que ela seria sua acompanhante?

Se pudesse, teria escorregado pela parede do elevador e escondido o rosto entre os joelhos. Mas ia ser pior, né? Então ela engoliu seco e continuou quietinha, olhando os próprios pés enquanto ela tinha certeza que as pessoas estavam se entreolhando.

Dava para entender o porque ela saia daquele jeito, para se esconder no seu carro, vai William! E recebia uma cara feia quando perguntava se estavam em fuga, porque ela ainda estava ruminando aquele convite e ela estar inclusa naquele passeio. Fora isso, já se sentia muito melhor longe de tudo mundo. Sabia que apesar daquele jeito dela, Amy já ficava a vontade com você, William. E já estava soltando o cinto para deixar um beijinho muito rápido (e no rosto, claro!) nele quando ele fazia aquela pergunta.

E ela parava no meio do caminho. O cenho franzido. Ele estava falando sério? Porque era muito mais fácil ela ter vergonha de si mesma ao lado dele. Não o contrário! Piscou os olhos azuis várias vezes sem fazer ideia de onde ele tinha tirado aquela ideia.

- Eu... Não estou entendendo... - ela começava aturdida - É claro que eu não tenho vergonha você! - respondia com convicção - eu só não gosto que fiquem falando e apontando pra mim na empresa. Porque só fazem isso quando estamos juntos! E não é pra isso que eu estou lá...! - ela justificava. Achava que aquilo fosse claro, mas aparentemente ele estava incomodado. E te magoar, Will era a ultima coisa que ela queria fazer.

Claro qeu ele ia com vc Amy.. não achava companhia melhor. E para ele, não tinha nada demais, em ser acompanhado por você, tinha?!? Alem do que você precisava fazer algo a mais no fim de semana, alem de ficar no sofá vendo filmes com a sua mãe. E o passeio de scuna era com alguns alunos da Columbia, você nem iria ficar tão deslocada!

Mas claro que a informação não era tão bem aceita por Liliam e suas amigas, que sorriam amarelo para Amy para disfarçar o desgosto. O que ele tinha visto nela?! Tão sem graça, sem sal.. e desenchavida!!!!!

- Ah que bom que vai sair do caramujo Amy! – Lillian sorria, tocando o braço da ruiva. – Não esqueça o biquini.. – e o sorrisinho provocativo surgia no rosto da loira... essa ela queria ver.. devia ser um daqueles vestidos calçolão tipo anos 40 com babados e tudo.

Stella e Amanda, amigas de Lilian rian junto. Despedindo-se dele, assim que William e Amy descian no piso da garagem. Will seguia para o carro junto a ela, e nem bem acionava o alarme para destravar Amy ja estava lá dentro. E vinha a pergunta sobre vergonha, ela respondia que não, que não gostava de ser apontada quando estava com ele.. ele mantinha o olhar sobre você ruiva.

- Então vc prefere que eu não me aproxime de vc dentro da empresa... – ele complementava a resposta que ela havia dado. – Entendi.. – dizia, ligando o carro para poder sair dali. – Eu vou tentar não constrager você na Concilium mais.. – e freava o carro na saida da garagem. – Uma ova.. – virava-se para você mais uma vez. – Escuta aqui.. Você não devia se esconder porque uma ou duas despeitadas apontam pra vc na empresa. Se apontam é porque vc se fez notar e isso incomodou elas. Ai voce apela pra covardia como uma ratinha assustada e se esconde?! Fica na zona de conforto? Um quadro em tom pastel pra não chamar a atenção de ninguem... você é linda Amy.. e muito mais interessante do que Liliam e suas amiguinhas..... – e baixava o espelho diante do banco do carona. – uma pena que feche os olhos pra isso.. e ah.. eu sinto muito, mas vou continuar parando na sua mesa, e te levando pra casa.. – e a mão dele ja lhe tomava a nuca Amy, para te puxar ao beijo intenso com a boca colada a sua. – se acostuma..

E agora sim.. ele acelerava pra sair dali, em direção à Columbia.

- Eu não disse isso... - ela murmurava quando ele chegava àquela conclusão, embora na prática fosse aquilo mesmo.

Não entenda mal, William, ela só não sabia lidar com aquilo direito. Estava trabalhando há quase dois anos com Mellanie, era reconhecida na sua equipe desde a época da L&W por sua capacidade profissional... mas ser notada pela empresa como um todo, era a primeira vez. E de um jeito negativo, como você bem tinha testemunhado, Will!
E conforme ele ia parecendo mais incomodado, menos ela sabia como agir. O que podia dizer para ele para amenizar aquilo? E ela até entreabria os lábios para dizer que não era ele que a constrangia, mas ela tinha receito de não se fazer entender e a remenda ficar ainda pior. Então respirava fundo e cruzava os braço, antes da inércia faze-la ir para frente com tudo quando ele freava daquele jeito. E mesmo com o cinto, instintivamente ela espalmava as mãos no porta-luvas.

- O que é que você... - Ela começava a falar, mas ele vinha retomando o assunto daquele jeito surpreendente e ela se endireitava e se calava, olhando para ele com enormes e redondos olhos azuis. E o que ele sabia da vida dela para lhe dizer que ela estava apelando para a covardia e que era uma ratinha assustada - ...você não tem o direito de... - Ela começava a falar por cima dele.

Mas não conseguia terminar, quando as acusações se transformavam em elogios. E ela corava violentamente, apenas espiando quando ele baixava o espelho para que ela se olhasse. Comprimia os lábios e engolia em seco. E agora, Amy, o que ia fazer se quem mais importava estava dizendo o que mais queria ouvir? Ela o olhou de baixo, sem saber o que dizer e ele resolvia o assunto dizendo que não ia deixar de passar na mesa dela ou de leva-la em casa.

E ela levava uma mão à nuca porque aquilo somado ao passeio que eles iam fazer em grupo soava muito como um tipo de relacionamento que ela não se atrevia nomear, mas aí já era pensar muito além do possível, e ela guardava aquele pensamento a sete chaves. Um sorriso tímido nos lábios, porque aquilo queria dizer que ele não estava bravo, não queria? E ela queria dizer alguma coisa, qualquer coisa, quando ele facilitava de novo se aproximando para beija-la... e de um jeito diferente do que tinham feito até então... umque minava rapidinho com o fôlego dela e deixava a região da boca avermelhada pela pressão entre os lábios, a fricção entre as peles.

E ela tinha que inspirar fundo quando ele se afastava, levando uma mão ao peito, respirando ruidosamente... mas ainda sorrindo, mesm sem saber se deveria querer sorrir. Porque William Wallace estar tão abertamente interessado nela, era de dar medo! Mas ela queria passar por aquilo. E com ele. E isso era assustador. Tirou o cabelo dos olhos dele quando ele acelerava de novo, um gesto quase técnico, mas que ele devia saber que era só um carinho desajeitado, antes de se endireitar no banco. Sem conseguir parar de sorrir, mesmo que soubesse que teria de usar biquini em uma festa com o pessoal da empresa no final de semana.