Sala de REuniões

*Era o primeiro dia de Sean na Concilium. O advogado, formado não há muito tempo, conheceu Ryan na Universidade, onde os dois se destacaram... mas cada um de de uma forma. enquanto Ryan era o advogado correto e dedicado, Sean era abicioso, ousado, impetuoso e totalmente inescrupuloso. Ora, o importante era ganhar... sempre! E a ideia do rapaz nunca fora de trabalhar em uma empresa. Queria trabalhar em um grande escritório, se tornar um sócio e, por fim, abrir o próprio escritório. Mas Ryan sempre voltava com novas propostas e Sean acabou aceitando, finalmente. Chegaria junto à uma nova funcionária e, claro, pesquisou a vida da novata. Malditos facebook e linkdin, hm? E.... opa! Se não tivesse uma vida tão cara, até abriria mão de salário pra ficar ao lado de Raphaella e poder trocar uns agarras com ela! Claro que nisso também encontrou informações sobre as fotos de Mellanie que foram jogadas na internet. Sim, chefe, ele já viu tudinho...tuuuuudo mesmo! Mas não se zangue... estava trabalhando, ora! E estava mesmo, já que começou a acompanhar o caso como um todo, para ver qual o desfecho que teria.

Enfim, era hora de trabalhar! Vestia um terno de corte fino, na cor cinza, com uam camisa branca e uma gravata na negra. Nos pulsos, abotoadeiras de prata com detalhes em dourado. Estacionou o Porshe Cayenne na vaga que já estava destinada a ele e desligou o motor. Os passos de Sean, ao entrar no enorme edifício onde ficava a empresa, eram carregados de confiança, firmes. Ele exalava auto-confiança... mas não, ele não chegava a ser arrogante. Sabia que era bom, mas por causa de seus esforços para alcançar o topo. Sempre! E além daquela confiança, exalava também o perfume CK Escape, que ele sempre usava, na medida certa: o suficiente para marcar quem cruzasse em seu caminho.*

- Bom dia. Sou o Dr. Sean Lockheart. Estou aqui para encontrar com a Sra. Mellanie Barletta.

*Era com Bettany que ele falava, já estampando o sorriso galanteador em seus lábios, acompanhados do olhar marcante de seus olhos verdes, um pouco acizentados. Deixava uma valise de couro sobre a mesa da secretária. Ali ele deixava os documentos necessários, bem como o seu notebook e seu tablet. Aguardaria a resposta de Bettany, seguindo para onde ela o encaminhasse. Ainda não havia visto Mel, Raphaella ou Ryan. Mas, puta que pariu, como estava empolgado para trabalhar ali!*

Exatamente no horário marcado, os saltos finos e negros dos Jimmy Choo ecoavam pelo assoalho espelhado da empresa. Os passos seguros e frios denunciavam de imediato sua arrogância e supremacia. Ela não parecia estar ali para fazer amiguinhos e muito menos se encaixava no quadro de miss simpatia, ao menos não quando não lhe convinha.
A morena vestia uma calça de alfaiataria da Dior e um taier curvilíneo da Chanel, tudo muito discreto e sereno. Passava pelos demais funcionários como se eles nem ao menos existissem.

- ....Sim nono, claro!! Eu adoro aquele restaurante. Assim que sair da Concillium passo aí para almoçarmos juntos. Te amo muito, nono. Agora preciso desligar. Beijos.

Assim que alcançava a recepção, despedia-se do avô Keith ao celular e o desligava..iria almoçar com vovô Keith, depois jantaria com o titio Richard.  Guardava o celular na bolsinha para só então dar atenção para a secretária com um sorriso cínico e típico que tomava seus lábios. O certo seria aquela coisinha já saber quem era ela..mas enfim, não se fazem mais empregados como antigamente.

- Olá, me chamo Raphaella B. Doylle Berkley. Possuo uma entrevista agendada com Melanie Lewis e o dr. Ryan Scott.

Aguardava a recepcionista verificar seus dados e enfim a encaminhar para uma das salas. Raph seguia a mulher com o mover lascivo e natural aos quadris. Os grandes olhos azuis observavam cada detalhe da empresa..desde o lustre até a organização de papéis sobre as mesas.

Não demorava para que Sean ouvisse a porta ser aberta, com Raph entrando logo a seguir. Infelizmente ela não sabia quem ele era, mas tinha a impressão de já conhecer seu rosto de algum lugar.

- Bom dia, Raphaella B. Doylle Berkley.

Após se apresentar, esticava a mão para cumprimentá-lo. Oras...se ele estava ali não devirá ser pouca bosta, deveria? Raph estava no último ano de direito em Colúmbia, era uma aluna exemplar e com notas memoráveis. O único problema que teria, era se fossem investigar os rumores sobre sua vida pessoal como aluna. Raph era a abelha rainha de Columbia e, como a maioria de garotas que ocupam cargos semelhantes, ela não tinha uma boa reputação. Era vista por muitos estudantes como uma garota má e cruel, que seria capaz de tudo para alcançar aquilo que desejava sem se importar com as consequências. A verdade era que já havia chegado ao topo na Columbia e agora, prestes a se formar, precisava visar um mundo fora da universidade, um mundo que a ensinasse a jogar em outro tipo de tabuleiro.

Estava limpando sua caixa de entrada e selecionando os assuntos em que trabalharia pessoalmente quando o celular vibrava com uma nova mensagem de voz. Ouvia e... Cameron estava em sua casa? O sorriso surgiu naturalmente ao mesmo tempo em que Bettany entrava em sua sala para avisar que os dois novatos já estavam aguardando na sala de reunião e que Ryan infelizmente não chegaria a tempo, pois estava preso no aeroporto de San Francisco devido ao mau tempo.

- Ahhh Betsy... eu já estou indo! Mê dê um minuto, uhm? E já que Ryan não está, veja se o Mark pode participar para não deixarmos o Lockheart muito deslocado. - ela pedia - E ahhh! Chame Amy Collins para me acompanhar nessa reunião também. Quero que ela acompanhe de perto esses primeiros dias da Srta. Berkley para dar todo apoio que ela precisar.

E como estava com pressa, respondia a Vitto por mensagem mesmo:

"Ai, amor, que boa notícia! Os novatos acabaram de chegar. Vou fazer uma reunião com eles ainda, mas depois disso eu volto pra casa. Quando a mamãe chegar, diz que eu mesma pego a Alli, vai ser bem na hora dela sair! Até daqui a pouco! E não corram o risco de conversarem demais e terem que repetir tudo quando eu chegar"
Feito isso, ela ia para a sala de reunião. O terninho de saia lápis e blazer cinza cortado sob medida, num modelito até mesmo apagado para os padrões dela, mas a manhã tinha sido uma loucura. Tinha um sorriso no rosto e se aproximava de Sean e Raphaella, as covinhas aparentes, antes de se sentar no meio deles, deixando a cadeira da frente para Mark ocupar e uma ao seu lado, para Amy.

- Bom dia e sejam bem-vindos, Sr. Lockheart... Srta. Berkley! Em primeiro lugar gostaria de dar os parabéns porque estão chegando em um momento bastante especial mas também muito delicado para a Concilium. Precisamos mais do que nunca de pessoas fortes e a altura do time que já temos aqui... e se hoje são vocês dois que estão nessa sala é porque provaram o quão competentes são, durante nosso processo seletivo. Infelizmente Ryan Scott não vai poder se juntar a nós mas... - Uma batidinha na porta a interrompia e entravam Mark e Amy - ...aí estão... Mark nosso especialista em Direito Institucional vai lhe dar todo o apoio nesse primeiro dia, Sean. Posso chama-lo assim né? E... Raphaella, espero que também não se importe, não faltarão oportunidades para conhecer Ryan. A propósito, essa é Amy Collins, estudante do último ano de economia em Columbia. Você também é de lá, não é Raphaella? Não se conhecem? Que seja! Amy está comigo a mais de um ano... e vem desenvolvendo um trabalho brilhante do lado financeiro da consultoria que prestamos... - Ela ia falando.

Enquanto isso, Mark e Amy entravam e cumprimentavam os presentes... embora a ruivinha estancasse por um segundo ao dar a mão para Raphaella. O que a Abelha Rainha de Columbia estava fazendo ali? Se sentava ao lado de Mellanie, prestando atenção no que viria a seguir.

- ...Como eu ia dizendo... esse é um momento especial para a Concilium. Temos apenas meses no mercado e podemos dizer que temos os maiores clientes de seus ramos na nossa carteira... a exceção de um. E vocês, senhores, foram contratados para trabalhar principalmente nesse projeto, inicialmente: trazer o banco UBS para a Concilium. Como vocês devem saber o UBS é a maior rede de bancos mundiais e recentemente o perdemos em uma concorrência com a L&W... - Ela contava. Que ironia não? - ...foi em um momento conturbado, mas eu acredito que temos uma proposta interessante que foi desconsiderada pelo motivo errado. Precisamos faze-los nos ouvir de novo e claro, optar por serem assessorados por nós... - Resumia.

E se tinha alguma dúvida sobre o tamanho e a importância da Concilium, poderia sana-las todas agora, Sean. Você ia trabalhar apenas com os melhores... clientes e funcionários. Ou acaso não lê as revistas que realmente valem a pena? Mellanie tinha ganhado um prêmio pela L&W como melhor consultoria quando a empresa tinha apenas dois anos e não seria diferente com a Concilium, que estava na mídia independente dos assuntos pessoais da sua sócia proprietária.

- Eu trouxe da L&W a tradição de sermos conhecidos por nossas indicações ousadas e de risco e Ryan também apostou nessa ideia, quando aceitou ser meu sócio. Ninguém faz isso no mercado melhor do que agente. É o que nos diferencia! Então... eu espero que levem isso em conta, quando estudarem o projeto. Sean, Mark lhe levará para sua mesa e lhe dará acesso aos memorandos... Raphaella, Amy fará o mesmo por você. Estudem o caso... façam anotações, proponham novas ideias. Tudo está valendo para termos esse cliente. No final da semana faremos uma nova reunião para discutirmos o assunto, tudo bem? - Perguntava.

E esperava a resposta para se levantar, estendendo a mão para Sean e Raphaella, mais uma vez. Podia não ser o aperto demão mais forte que trocariam na vida, mas com certeza era o mais seguro.
- Sejam bem-vindos mais uma vez e... não hesitem em me procurar, caso precisem de qualquer coisa. Mark... Amy... vocês já sabem o que fazer, então... - Murmurava e esperava todos saírem da sala, antes de fazer o mesmo. Afinal o capitão é a última pessoa a abandonar o barco, certo?

*Estava sentado na sala quando Raphaella chegou. O sorriso do rapaz logo se formou e ele se levantou, estendendo a mão para a morena que se apresentava prontamente. Apertou sua mão com firmeza, mas não com força. Achava que um aperto de mãos firme indicava tudo aquilo que ele carregava: confiança e competência. Raphaella podia ser a "abelha rainha" de Columbia, mas isso não intimidaria Sean... jamais se sentia intimidado. Prova disso eram as detenções que possuía por desacato à autoridade em julgamentos. Palavras como "Protesto" e "Basta" não significavam nada para ele. Era preso, mas vencia os seus casos. Claro que perdeu alguns, não era o advogado perfeito... mas era realmente bom no que fazia.*

- Bom dia... Sean Lockheart, advogado e, se Deus quiser, futuro genro dos seus pais...

*Ele não poderia perder a chance, não é mesmo? E, sim, ele sabia que ou ela lhe daria uma resposta atravessada ou simplesmente iria ignora-lo. Não se preocupe, Raphaella. Ele já estava acostumado e, não, ele não se importava. Algumas mulheres, claro, caíriam como patinhos naquela maldita cantada de "peão", mas a maioria simplesmente o dava uma tiradinha. Então, o que seria apenas mais uma, não é mesmo. A voz do rapaz era confiante, apesar da maldita cantada tosca que ele usava. E naquele momento Mellanie entrava na sala, já se dirigindo aos dois e os cumprimentando. Sean retribuía o cumprimento e sorria para Mellanie. Sem cantadas para ela. Sean fez o dever de casa, Mel... sabia quem era você e de sua fama no mercado, além de saber com quem era casada. Ele podia até ser abusado, mas não era louco ainda. Sentou-se após os cumprimentos e a expressão séria tomou conta do rosto de Sean, que ouvia com atenção as palavras da mulher. Enquanto ela falava, Mark e Amy chegavam à sala e eram prontamente apresentados por Mellanie. Sean se levantou e os cumprimentou da mesma forma que fizera com a outra, com firmeza.*

- Sean Lockheart. Satisfação. Por favor, não se preocupe. Sintam-se à vontade para me chamar apenas de Sean. Somos colegas de trabalho agora, hm?

*Já imendava a resposta para a pergunta de Mell aos cumprimentos, sentando-se novamente logo em seguida. Mellanie então continuava a falar, apresentando a empresa e explicando aos novatos quais eram os seus planos para os dois dentro da Conciliun. Sean já estava com o tablet ligado, fazendo anotações sobre o que ela falava. Uma coisa era certa: ele não seria o tipo de funcionário relapso ou desatento. Seu objetivo era sempre o mesmo: crescer e fazer o seu nome, seja dentro da empresa ou para os concorrentes.

Mellanie terminava as apresentações, informando aos novatos que os outros dois participantes da reunião seriam os responsáveis por orientá-los e deixa-los a par de toda e qualquer situação referente às suas funções. Ao perguntar se havia alguma dúvida, ao menos de Sean, a resposta vinha acompanhada de um gesto com a mão direita, que indicava não haver a necessidade de nenhum esclarecimento.*

- Estou por dentro das atribuições. Ryan e eu já conversamos e ele me explicou quais seriam minhas atribuições.

*Falava com tom sereno, apesar de ainda confiante. Esperou que Mark se levantasse e o fez logo em seguida, acompanhando o outro até a saída da sala de reuniões e o seguindo até a sua sala, onde já recebia mais algumas instruções, as quais ele prontamente anotava, além de alguns memorandos e processos da empresa. Sentou-se em sua mesa e já foi logo buscando algo que lhe pudesse ser útil. Como conhecia Ryan, a forma como cada um lia as informações era diferente. Ryan era aquele que procurava as brechas legais para vencer, o que era muito bom.... mas Sean procurava qualquer coisa que ele pudesse usar contra a L&W, para derruba-los e recuperar o cliente desejado. Depois os três advogados conversariam para que ele pudesse expor o que encontrou e no que pensou.*

Sean se apresentava como um advogado e aquilo estava começando a ficar interessante até que ele soltava o restante da frase. Ah, que gentil! Se aproximava dele com um sorriso inocente e ingênuo aos lábios, tocando em seu ombro como se estivesse retirando algo de seu paletó.

- Nossa olha, o que é isso no seu paletó?

Quando ele olhasse obviamente que não veria nada.

- Essa pintinha aqui, bem pequenininha do lado do seu bolso..ah, nossa, é só a sua dignidade! Melhor guardar o restinho que te sobra antes que desapareça tudo por completo, hm?

Dava dois tapinhas leves em seu rosto, mantendo aquele sorrisinho cretino de sempre dela na face. É, esses dois não haviam começado nada bem. Melanie entrava e Raph voltava sua total atenção a ela. Retribuía ao cumprimento da economista com um sorriso delicado aos lábios.

- É um prazer conhecê-la pessoalmente, Srta Lewis.

Sim, senhorita porque ela estava divorciada e não havia se casado ainda com o Barletto, certo? Além do que achava Mel muito nova para ser chamada de senhora, nova e poderosa..está aí alguém que Raph gostaria de se espelhar.
Ouvia atentamente as palavras de Mel quando a mesma era interrompida. Raph alteava uma sobrancelha voltando os grandes olhos azuis para a porta e...espera...AMY? Ah que ótimo! Cadê o resto da escória nerds para vir acabar com sua vida? Aquilo só podia ser sacanagem. Mas Raph, bem...Raph era uma vadia sem coração...assim que via Amy já sorria para a garota como se fosse sua sis! Era claro que conhecia Amy da Columbia e aí dessa geek se ousasse destruir a sua vida dentro daquela empresa.

- Olá Amy, que bom te encontrar aqui! Me sinto muito mais segura agora.

Até daria beijinhos na sis, mas preferia não exagerar na encenação. O mundo gira, Raphaella, sua mãe sempre lhe alertou sobre isso. Sean também tratava de cumprimentar Amy e ela seguia para Mark com um leve aperto de mão. Voltava a se sentar, cruzando gentilmente as pernas com ambas mãos repousadas sobre as coxas. Ryan não pode comparecer..bem, não tinha problemas, Raphaella estava ali para ser assistente de ambos, não? Seu intuito era seguir para a área de Direito empresarial, portanto, ambos lados seriam muito bem vindos.

E vejamos só que baita ironia do destino, Mel falava de banco UBS...espera, o banco do seu tio? Ai, obrigado Deus..pelo menos essa, né? Raph nem conseguia disfarçar um certo sorrisinho que saia de seus lábios. Não que já se sentisse vitoriosa, mas querendo ou não era um passo a frente. Mas claro que a alegria dela tinha que durar pouco..lá ia Mel empurrando Amy para ela novamente..ô meu karma! Levantava, se despedindo de Mel com o cumprimento leve ao toque de mãos.

- Obrigada pela oportunidade, Srta. Lewis. Não irei desapontá-la.

E pronto, Amy..sou toda sua. Se me fuder eu te mato nerd desgraçada.

- Então você está aqui faz tempo, Amy! Que legal...sem dúvidas tenho muito o que aprender com você, estou ansiosa! Puxa, adorei seus brincos..deveríamos ir ao Starbucks depois da primeira aula, o que você acha?

Lá ia Raph andando pelo corredor da Concillium com Amy ao seu lado. Agia de uma forma completamente diferente do que pensava, era completamente dissimulada quando lhe convinha..praticamente uma atriz nata. Mas, se Amy insistisse em jogar contra ela aí as coisas mudariam de figura, por enquanto estavam em um clima neutro e a única intenção de Raph era se unir a Amy pelo bem da empresa e, claro, de seu estágio.

[Adendo p/ Raph]

*Raphaella se aproximava de Sean e, claro, o rapaz já ia logo achando que sua super cantada barata fizera efeito. Calma, Sean... em mulheres como ela, você precisa de pelo menos umas 30 antes de conseguir qualquer resultado... além do bom e velho tapa na cara, claro. Os olhos claros do advogado se mantiveram fixos nos movimentos dela, enquanto ela se aproximava e já ia logo levando a mão até a altura do bolso de seu paletó. Baixou o olhar, fitando exatamente o ponto em que ela tocava. E quando ele pensava que ela se jogaria em seus braços, ouvia aquelas palavras de total e absoluto desprezo. E o que ele fez? Esboçou um sorriso de orelha a orelha. Era como se ele fosse uma faísca e ela fosse a gasolina que o faria incendiar tudo. Sean gostava exatamente daquele tipo de mulher... não tinha paciência para as boazinhas. Era um cafajeste que gostava das megeras. Os olhos claros buscaram os dela, sem que o sorriso abandonasse os seus lábios. Respirou fundo, sentindo o aroma do perfume dela.*

- Hmmm... spicy! O tipo de mulher que minha mãe iria odiar... e eu adoro!

*Problemas com a mãe? De jeito nenhum! A mãe dele era um amor de pessoa, que o criou com muito carinho e proteção. O problema de Sean era diferente: ele era naturalmente cruel. Após olhar para o ponto em Raphaella supostamente sua "dignidade", Sean ergueu os olhos, fitando os dela, bem próximos, a ponto dela sentir a respiração tranquila e confiante do rapaz.*

- Te busco sábado, às 19hrs, pra jantarmos juntos...

*Porque uma única cortada com requintes de crueldade não era o bastante. Quanto mais melhor, não é mesmo!?*[/b]

Amy entrava na sala e... não conseguia disfarçar a expressão de surpresa ao ver Raphaella Berkley ali. Ok, ok... já tinha escutado dizer que apesar de ser uma desalmada pise em nerds e em qualquer um sem sobrenome, a Abelha Rainha de Columbia era bem competente. Mas ela não estava se formando em direito para trabalhar nos negócios da família? Se aproximava estendendo a mão meio mecanicamente e... que intimidade era aquela? Quase engasgou.

- Ahm... oi. - Era só o que conseguia dizer, antes de cumprimentar o outro iniciante também. Era Sean? Pigarreou - ...é... nós estudamos em Columbia... - Ela repetia o que Mellanie dizia, em choque.

Sentou-se ao lado da chefe toda reprimida. Meu Deus! A Concilium era seu porto seguro... o lugar onde ninguém a julgava pelos terninhos pretos sem marca que usava. Claro que ela se esforçava, afinal, era a estagiária de Mellanie Lewis! Então diáriamente trocava as sapatilhas pelos saltos e tentava uma maquiagem (sem abrir mão dos óculos!) no banheiro da empresa, mas não se sentia exatamente confortável com aquilo. Não tinha nascido pro glamour, mas para as planilhas de excel e análises de mercado.

Ouvia Mellanie distribuir as tarefas para eles... e não deixou de notar a expressão de confiança da Berkley quando falavam sobre a necessidade de tirar a UBA da L&W. Como se Mellanie não soubesse daqueles parentescos todos, uhm? Mas apenas fazia anotações. Ia precisar dar toda a proposta que a equipe Legal e Financeira já havia feito e que tinha sido muito bem recebida pelo UBS. Mas aquela maré de azar tinha estragado tudo! Teriam que compor novas ideias para surpreender Van Dike, claro. Mas a ter que trabalhar coma Berkley nisso?

E para seu pavor, Mellanie encerrava a reunião, todo mundo se levantada... e pois é, era agora qu ficava sozinha com aquela garota que rejeitava tipos como ela. Engoliu seco. E ela já vinha fazer perguntas, toda simpática? O mundo tinha acordado muito doido. Ajeitou o óculo e colocou o cabelo atrás das orelhas enquanto ela falava como se não houvesse amanhã:

- Ahm... é... faz um pouquinho mais de um ano... é um trabalho que exige muito, mas é extremamente gratificante, no final... - Ela respondia meio insegura. E ela a estava comvidando para sair e elogiando seus brincos? Com certeza era a única coisa que dava para salvar, se comparassem como se vestiam. Ela respirou fundo - Ahm... obrigada?! Er... acho que podemos ir sim... só temos que ver se nossos horários de estágio batem... - Murmurava. E ainda fazia figa nas costas pra não baterem.
Nada pessoal, Raph, de verdade! É que a Amy era total low profile e ela não estava interessada no tipo de publicidade que teria sendo vista andando com você fora da empresa. Ia conduzindo Raphaela pelos corredores, até chegarem em um esçaço amplo e planejado com várias bancadas de escritório, com não mais que dois ou três luagres lugares vazios. Nada de salas para estagiários, uhm?

- Bom... acho que você pode escolher onde quer ficar... - Ela comentava - Vou pegar tudo o que já fizemos para o UBS, aí você pode ir se atualizando em que ponto estamos...

E lá ia ela nos arquivos. Tinha tudo digital, claro... mas e o cheiro do papel? E as marcações e anotações que ela faria? Já achava que preferia estudar como ela, Raph, então nem perguntava. Só não esperava que ela reclamasse quando colocasse o arquivo com mais de 200 páginas para você ler, sobre a mesa que tinha escolhido ocupar. Tudo pelo bem da empresa, né?

A tarde corria tranquila apesar da ausencia de Mellanie e Ryan, a apresentação dos novos estagiários seguia como deveria ser. Amy e Mark cuidavam de exibir aos novatos seus locais de trabalho, Amy levava Raph para a sala comum dos estagiários, enquanto Mark encaminhava o Dr. Lockheart para sua sala, conforme recomendação do Dr. Scott.

No primeiro dia, os novatos ja poderiam perceber a movimentação da empresa, o entra e sai de clientes e funcionários, levando correspondencias, documentações, contratos para serem assinados, e na Televisão que ficava exibindo o canal de noticias durante o dia, as informações sobre o show catrastófico de Cameron Barletta e as insinuações sobre uso de drogas e Bebidas eram rebatidas pela imagem do pronunciamento de sua assessora.

Imagens de Cameron saindo e do Segurança que batia em um fã com uma barra de ferro eram exibidas e retaliadas. Miranda Hallywell dava uma entrevista para o jornal alegando o absurdo que eram situações como aquela. Que os seguranças dos artistas deviam ser treinados com afinco e tratar um fã como ele deveria ser tratado. Em repetição a imagem de Enzo acertando o garoto era mais uma vez exibida.. e mais uma vez.. em seguida, a de Cam sendo carregada para fora. Marcella teria um pouco mais de trabalho do que apenas dar um pronunciamento falando que se tratava de um problema nas cordas vocais depois daquelas imagens exibidas.

Outra noticia que aparecia era da contratação de Giovanni Moretti como CFO da L&W, a informação do retorno do Tubarão de WallStreet vinha como um maremoto sobre a onda das açoes. Moretti era um velho conhecido da bolsa, por seu talento e seus metodos infaliveis de lidar com situações financeiras. O rosto de Moretti aparecia em close apertando a mão de Elliot Windsor, enquanto os flashs dos jornalistas não paravam..

E as informações das eleições mostravam um primeiro turno acirrado entre os candidatos Republicanos e Democratas.. Elliot Windsor estava emparelhado com Carl Summers, o candidato democrata que tinha apoio do publico gay de NY.

Dia corrido, mas enfim chegava ao fim, e os funcionários começavam a se organizar para um happy hour. E Thomas Wilson, Consultor Senior era quem geralmente organizava a saida dali. Oras, era fim de tarde, estavam todos tensos trabalhando sem parar na tomada da UBS, então, nada mais justo que acabar a noite relaxando um pouco no Gramercy Tavern, ponto de encontro da maioria dos executivos de NY.. um barzinho tranquilo e light para um bate papo e conhecerem as novas aquisições.. passava pela mesa onde Raph tinha escolhido, aproveitando a proximidade de Amy, a nerdizinha da empresa.

- Olá meninas, estamos indo pra Gramercy, aproveitar o dia e nos preparar para a guerra, depois da chegada do Moretti na L&W. O que acham? Topam um drink ou dois no Gramercy agora a noite? – Ele sorria, era um bom rapaz, elegante e bonito. E alem do mais, ia toda a turma do escritorio, se enturmar para os novatos era bom, aproveita e puxa a nerd Raph..

Do lado de jurídico era Dyllan R. Wallace que vinha trazendo a noticia do convite, passando de mesa em mesa, a gravata ligeiramente folgada do loiro ja indicava que o dia pra ele tinha chegado ao fim. Parava proximo a porta de Sean, dando dois toquezinhos antes de abrir.

- Olá Sean. – Mark ja tinha tomado o cuidado de apresenta-lo a todos os membros da equipe hm Sean.. – Estamos marcando um Happy Hour no Gramercy para daqui a pouquinho, ta afim de ir?! Conhecer o resto do pessoal da empresa e distrair a cabeça um pouco de tanto trabalho.

E topando ou não, a maioria dos funcionários da Concilium seguiriam para a Gramercy para exorcisar o dia e preparar para o que viesse por ai.

((ações livres ja no Gramercy))

((ação postada no Gramercy))

O tempo tinha passado... mas os problemas só se acumulavam. Claro eles davam um jeito na superlotação do apartamento... e Mellanie descobria que adorava ser parte de uma família enorme... ter Cameron perto era ótimo... e ela entrava tão bem na rotina da casa, com sua mãe, com Alli... e tudo seria um sonho não exatamente cor-de-rosa não fosse o mundo estar caindo sobre as cabeças deles.

Os problemas dela e de Cameron com a mídia, o segurança dela agora envolvido em um processo e foragido... e claro, o fato dos seus funcionários, as pessoas que tinha se esmerado tanto em escolher para contratar, na mesa de um bar com Giovanni Moretti. E aquilo não chegava a ser exatamente um problema. Mas a repercussão disso, sim. Tinha segurado as pontas com alguns clientes que não tinham gostado nem um pouco do veneno escrito de Miranda Halliwell.

Por isso tinha planejado aquela manhã nos último dias. Porque além de ter muito incêndio pessoal para apagar, ela queria deixar a poeira baixar... penar no que dizer a eles, porque aquele acontecimento não poderia passar batido. Conversava com Ryan a respeito de pedir uma reunião geral não anunciada antecipadamente, para não inflamar os ânimos nem as especulações. E seu sócio concordava, certo?

Então naquela manhã, todos os funcionários receberiam uma convocação para um meeting de última hora na sala de reuniões. E não era de se estranhar, uhm? Mellanie e Ryan sempre faziam isso quando queriam comunicar alguma notícia de última hora, alguma novidade dos clientes, alguma vitória numa concorrência... não aquela manhã. Mellanie esperava todos entrarem e se acomodarem.

- Bom dia a todos... espero que estejam todos bem... - Ela começava amena, tranquila - Acredito que estejam se perguntando o porque dessa reunião de última hora e pois bem... serei breve. Wall Street está pegando fogo nesses dias e não queremos parar a máquina, certo? - Comentava com um sorriso de covinhas e então... pigarreava - Eu chamei vocês aqui depois de debater a questão com o Dr. Scott e chegar a conclusão de que precisávamos compartilhar com vocês um leve tremor que de certa forma, abalou sim, o nosso mercado... - E ela se esticava sobre a mesa, para apanhar a a edição do jornal em que Miranda tinha escrito sobre a noite no Gramercy, mostrando para que todos pudessem ver - ...o fato de pessoas da nossa empresa estarem confraternizando no bar com o mais novo contrato da L&W, consultoria que é nossa concorrente direta...

Ela falava e deixava todos absorverem o impacto do assunto. E antes que alguma voz se erguesse para falar qualquer coisa, qualquer argumento ou justificativa, ela prosseguia. No mesmo tom de sempre, como se estivessem tratando de uma reunião de negócios ou mesmo interna. Suave.

- ...Eu espero que não estejam achando que esse momento se trato de algum tipo de retaliação. Não. Senhores, Aqui ou fora da Concilium vocês são obviamente livres para se relacionarem com quem escolherem. No entanto... é importante alertar que uma matéria dessas em um dos jornais mais lidos do país gera um impacto... e no nosso caso, infelizmente foi um impacto negativo. Passei os últimos dias acalmando clientes receosos de que suas preciosas informações confidenciais pudessem estar em jogo. Claro que eu tive que relembra-los da competência e da ética desta equipe... mas a insegurança no mundo dos negócios precisa de pouco mais do que palavras para ser encobertada. - Ela falava, os ohos pulando de um a um... e então ela guardava o jornal - ...Sendo assim, em nome da Concilium e do nosso negócio eu gostaria de pedir cautela para quando, onde, como e com quem vão se deixar flagrar, já que ficou provado o estrago que uma imagem pode fazer. Eu sei... estou falando isso com conhecimento de causa... - Prosseguia. Sim, estava mencionando seu próprio vídeo, nem um pouco iludida com o fato de seus funcionários não terem conhecimento a respeito. - ...E claro, de que qualquer quebra de sigilo sobre nossos clientes dentro e fora da Concilium receberá a devida punição. Agora... podemos todos voltar ao serviço. Tenham um bom dia...!

Os ultimos dias tinham sido no minimo, diferentes da rotina convencional de William, mas sinceramente?! Ele estava gostando e talvez por isso, aquele dia, ele tinha chegado com uma caixa com cupcakes, e passado no departamento financeiro para oferecer aos colegas de trabalho. Passava pela mesa de Amy, para oferecer a ela o primeiro, e havia na caixa um com um enfetezinho de lua e estrelas sobre ele Amy. Quer pegar? os olhos iam aos seus Amy,cumplices? Gentis? Vai saber.. e deixava o doce junto com o sorriso, virando-se para oferecer a Rapha, com o mesmo sorriso no rosto, e para Betsy, em seguida os outros colegas, antes de seguir para o juridico da empresa. A presença de Will não era estranha ao setor, ja que ele trabalhava com Direito Economico e Empresarial, entre os advogados da concilium era quem estava sempre em contato direto com o pessoal do financeiro.

E quando chegava ao setor era informado da reunião, como envolvia todo o pessoal da empresa, tinha ideia de que poderia se tratar de algo relacionado ao Happy Hour, realizado no Gramercy, e seguia com a onda de advogados para a sala de reunião.

- Te procuramos pro jogo no sabado depois do Gramercy, voce tinha sumido Will – era a voz de Kevin Brady, enquanto caminhava ao seu lado.

- Alias voce tem sumido quase todos os fins de semana.. – Mark completava rindo – Modelo nova na jogada?!

- E vocês andam desocupados demais pra ficar prestando atenção na minha vida. – ele dizia rindo enquanto seguia, não ia falar o que andava fazendo no fim de semana.

- Você ja foi mais legal, Will – Kevin respondia ajeitando o terno para seguirem, e ria.

- Ele ainda é legal, Kev.. ele traz.. cupcakes.. – Mark completava ao chegarem a recepção para seguirem até a sala de reuniões.

- Voces parecem duas beatas fofoqueiras.. – Will respondia rindo enquanto seguia.

- Olha la a gracinha da novata.. dizem que é neta do Berkley. – Kev falava olhando as curvas de Raph... – faz de mim o herdeiro do imperio Berkley belezinha.. – ele confidenciava aos amigos enquanto iam se acomodando de frente para o pessoal de finanças. E a reunião começava. Gotcha Will.. a reunião era sobre o Gramercy.. e a repercursão que aquele simples fim de noite tinha causado. Mellanie trminava de falar.

- Eu peço desculpas Srta. Lewis.. O Sr. Moretti se aproximou de nossa mesa para me cumprimentar. Ele é um velho conhecido do meu pai, e quis ser gentil. – Ele falava, assumindo pra si a responsabilidade de ter convidado Moretti para sentar. Raph era nova na empresa, nao precisava desse carimbo logo de cara. – Eu acabei retribuindo a gentileza e o convidei para ficar conosco, não imaginei que haveriam jornalistas ali para registrar.. então perdoe a minha ingenuidade momentânea.. mas posso assegurar que nada a respeito da concilium foi falado.. – ele complementava. – por sinal Moretti foi o assunto da noite.. – sim Mell, eles tinham feito perguntas interessante na entrevista com Moretti.

Ela finalizava a reunião, e eles preparavam-se para sair do lugar. Os olhos de Will cruzavam com os de Raph, com os de Amy e Sean para que elas nao o desmentissem.

Os último dias tinham sido OS mais diferentes da sua vida. Rotina? Essa palavra não fazia mais o menor sentido... não com Raphaella Berkley trabalhando ao seu lado, ou com William Wallace II tão próximo. Amy estaa mais atarentada do que de costume no trabalho... e quem chegasse de fininho e falasse qualquer coisa do nada ia faze-la pular da cadeira. Tá assustada, ruivinha? Um pouco, talvez... mas estava lá, né. Firme, forte e eficiente como sempre.

E naquela manhã sentia a aproximação de William pelo cheiro e por isso mesmo, não tirava os olhos da tela do computador, do documento que estava lendo. 'Ele não vai vir aqui... ele não vai vir aqui'... ela repetia a si mesma como um mantra. Mas lá estava o loiro, apoiado em sua bancada e estendendo uma caxa cheia de cupcakes sendo um deles todo estrelado. E com uma lua enorme de açucar. E quando seus olhos se encontravam ela corava, os lábios contraídos antes de estender a mão para pegar o bolinho singular. Sim, bem aquele. Não teria como negar. E ia dar a primeira dentada no cupcake quando subia na tela o aviso da reunião geral na sala de reuniões. E ela não tinham um bom pressentimento sobre aquilo.

- Uhm... vamos, Raphaella? Quando é assim é porque alguma coisa urgente boa ou ruim está acontecendo... - Ela avisava a novata. Já tinha percebido que ela era meio desligada e talvez tivesse até remediando algumas situações para ela.

E independente da resposta de Raphaella faria de tudo para irem o quanto antes para a sala, se acomodarem. Via William entrando com o pessoal do jurídico, Sean que também parecia já estar integrado... E Mellanie que entrava por último dizendo que ia ser breve. E era. E mesmo que durante aquela bendita a noite tivesse pentelhado e bancado a funcionária exemplar, ela não posia deixar de ficar surpresa. Clientes tinham procurado Mellanie para falar daquela fota?

Baixou os olhos, não sem antes trocar um olhar rápido com William. Afinal, tinha infernizado muito mais a ele sobre esse assunto do que os demais. E manteve a expressão o mais neutra quanto pode. Não era dedo duro.. claro que não ia falar de ninguém. Mesmo porque o tom da chefe parecia menos acusatório e mais compartilhador. E lá vinha a voz de William chamando a responsabilidade para si. E enquanto ele falava, ela prendia a respiração, até...

- ...Foi sim! - Ela se ouvia dizer, engrossando o coro de Wallace - Depois que ele sentou em nossa mesa, conversamos o porque ele esteve tantos anos ausentes do mercado... e porque voltou agora e justo na posição em que está... - Ela falava rápido, e claro, avermelhando por estar na frente da empresa toda. Meu Deus! Ela estava aminizando o fato de terem sido pegos de papo com Giovani Moretti numa mesa de bar?

Mas no final, Mellanie não queria ouvir nem estava cobrando justificativas. Estava dando um aviso. E Amy até que achava que era bem justo. A Concilium estava presa a contratos milionários de confidencialidade e se alguma coisa desse muito errado por aqueles duas, não haveria milagre rápido o suficiente salvaria a reputação da empresa. E seu coração estava saltando no peito pelo momento de insanidade. O que é que tinha dado na cabeça dela, para resolver falar na frente de todo mundo daquele jeito? Eram dispensados e ela lentamente se movia do lugar que ocupava, piscando os olhos rapidamente, meio atrapalhada, quando recebia aquele olhar de William. Ainda estava em transe pelo que tinha feito.

Will aparecia com uma caixa de cupcakes e assim que oferecia para ela, Raph pegava um agradecendo. É, aquele talvez fosse um sinal de que o dia seria ótimo!. Mas logo pela manhã já recebia o aviso de uma reunião de última hora..certo, aquilo era bom ou ruim? Ainda estava se adaptando com a rotina da empresa. Amy voltava a chamá-la e Raph franzia o cenho.

- Já ouvi, Amy. Não sou surda, mas que coisa!

Amy então não sabia se aquilo era bom ou ruim também..Raph apenas movia os ombros, caminhando ao lado da ruiva. E não, ela não ouvia os comentários de Kev a seu respeito ou seria outro a levar patada. Seguia os demais em silêncio, se sentando em uma das cadeiras com ambas mãos a repousar sobre as coxas. Mellanie então começava a falar, mostrando uma coluna de fofocas para todos e argumentando sobre o fato de Giovane ter sentado com eles na mesa. Raph inclinava a cabeça para a lateral suspirando profundamente..guardando todo e qualquer pensamento apenas para si.

Will então assumia toda culpa...bem, se fosse em Columbia, Raph não se importaria em deixar que ele carregasse tudo sozinho. Mas ali era diferente, ela precisava saber para quem estava trabalhando...ainda não conhecia Melanie e era horrível pensar que tinha mais facilidade em "conhecer" Moreti do que a própria chefe.

Cruzava o olhar com o primo, deixando um sorriso delicado aos lábios como agradecimento. Não esqueceria o que ele havia feito, tanto ele como Amy que também se calava a seu respeito. Ambos a surpreendiam, bastava agora saber se não iriam querer algo em troca. Sorria de leve para ambos...mas ela precisava conhecer Mel ou jamais saberia se estava no lado certo do tabuleiro. E aquela, para Raph, era a melhor hora para isso. Todos se levantavam e saiam da sala..todos, menos uma: Raph! A morena continuava sentada, mantendo os grandes olhos azuis e inexpressivos sobre a chefe.

- Posso tomar alguns minutos do seu tempo, Mrs Lewis?

*Mas é claro que aquela confraternização daria merda! Não que ele se importasse, afinal, a conversa com Giovanni fora deveras produtiva. Mas ninguém havia notado a presença daquela reporter ali. Sinceramente, Sean nunca gostou da imprensa. Sempre com aquela mania de pegar algo simples, como uma mesa de bar com pessoas conversando, e transformar em algo colossal. Muitos dizem que advogados não possuem ética. Bom... alguém já parou pra prestar atenção no que esses porcos formados em jornalismo fazem? Lia a reportagem no jornal enquanto estava em seu apartamento e já sabia: os próximos dias não seriam faceis. No entanto, para a sua agradável surpresa, tudo correu da melhor forma possível na semana se se passou... assim como na outra.

E naquela manhã tudo corria muito bem, também. Sean estudava alguns contratos da empresa. ele gostava daquilo, de se jogar em trabalho e mais trabalho. Amava a sua profissão e escolheu ser advogado porque era bom em ferrar com a vida das pessoas. Sempre foi! William logo entrava no departamento jurídico para... oferecer cupcakes. Ok, não era algo muito comum... mas Sean não era o maior fã de doces e antes que pudesse agradecer ao colega, vinha a notícia de que havia uma reunião de última hora para começar. Ah, ótimo. Coisa boa com certeza não era. Levantou-se e caminhou em direção à sala de reunião com o "grupinho" de advogados. E quando ouvia o comentário de Kev sobre Raphaella, não podia conter o riso, olhando com o canto dos olhos para o outro advogado.*

- Só não deixa ela te ouvir... a garota tem a língua afiada. Acabou comigo...

*Falava rindo. Aquelas reações de Raphaella não o afetavam de forma alguma. Mas não tinha nada contra a garota, afinal, ele sabia que os comentários que fazia não eram os mais agradáveis... e nem eram para ser. Para ele eram brincadeiras que vez ou outra acabavam em sua cama, mas sabia que muitas vezes aquilo aconteceria. Mas uma coisa era certa: a estagiária tinha personalidade forte... o que seria fundamental para ela naquele meio em que iniciava uma carreira. Sean era novo, mas já sabia como aquele meio pútrido funcionava. Era um tentando comer o fígado do outro todos os dias, e os mais fracos sempre saíriam derrotados. A reunião tinha início e Mell era direta. Ótimo, não ficou de enrolação. Se tinha que arrancar o couro de todos ali, que o fizesse de uma vez. Sean estava ao lado de Will, de frente para Amy e Raph. Mas não se preocupe, Raph... nenhum comentário ou qualquer tipo de flerte foi feito naquela manhã. Ali ele estava no ambiente de trabalho e não era o lugar certo para aquelas brincadeiras que ela havia odiado antes. E nem mesmo precisava olhar para Will quando ouvia as palavras do rapaz, já sabia que deveria sustentar aquela história até a morte. Então apenas manteve o olhar baixo, atento... mas só até Amy começar a falar! Sean ergueu os olhos, fitando o rosto da ruiva e torcendo para que ela parasse de falar o quanto antes. Tudo bem que ela não mentia em tudo o dizia, só em um pedaço.. mas a forma como ela falava demonstrava um certo nervosismo ou ansiedade. Mas, por sorte, Mell nem dava muita bola e terminava a reunião... todo mundo se levantava... menos Raphaella? Aquilo não parecia nada bom. Vai dizer que resolveu ter uma crise de boa moça agora!? Ah, não... não mesmo! Nada de atrapalhar a vida dele agora, mocinha! Ele se aproximou de Raph e inclinou o corpo em sua direção, permitindo que a morena sentisse o perfume marcante que ele usava... e antes que ela desse um ataque achando que viria uma cantada, ele já falava logo.*

- Você não está pensando em falar nada, né? Você pode não gostar de mim, mas confia em mim... eu acho que sei como resolver esse problema...

*Olha só! Nenhuma cantada, nenhum flerte, nenhuma brincadeira!!! O rapaz estava evoluindo. Ergueu o corpo e se afastou, deixando que Raphaella decidisse o que faria. Apenas moveu a cabeça olhando para Mellanie, a cumprimentando e saiu da sala de reuniões, já procurando por Ryan. Precisava conversar com o amigo para decidir algumas coisas... uma estratégia que a mente de Sean havia bolado... e que poderia dar um fôlego extra à empresa.*

Mellanie expunha a questão e Wallace Filho vinha se explicar? Os olhos verdes passavam a mira-los e ela o ouvia até o final. E ia abrir os lábios para falar quando Amy Collins vinha dar mais informações. E ela sorria, erguendo as mãos. A mesa da foto estava repleta e ali estavam dois de seus mais dedicados funcionários querendo apaziguar os ânimos. E ela que já se esforçava em conhecer cada uma das pessoas que trabalhavam para ela, só achava que devia prestar ainda mais atenção naqueles dois. E para o bem, uhm?

- Está tudo bem... eu não quero que se justifiquem! O que está feito está feito e na verdade, eu só achei que seria produtivo partilhar que apesar de nada ter estourado na imprensa depois disso, aconteceram algumas coisas nos bastidores... e que nossos clientes ficaram sim preocupados, mas que tudo já foi devidamente contornado.

E Sean, não que ela fosse confessar em voz alta, mas ela também detestava a imprensa. Mas... o recado estava dado e se percebia a troca de olhares entre eles, não dizia nada. Estava pronta para sair da sala com a saída de todos quando o telefone tocava... e ela franzia o cenho ao ver que era Vitto. Aquela hora? Devia ser urgente. Ou ele teria mandando uma mensagem. Atendia.

- Oi, amor... Como é que você... - Ia perguntando, mas ele vinha jogar mais uma bomba na vida deles - Como assim? Não... Vitto, fica calmo... claro que eu pego ela. Fica tranquilo, nós vamos resolver isso. Me avisa qualquer coisa. Te amo. - E desligava com mais aquela na cabeça. Mas também já tinha alguma ideia do que fazer...

...E a srta. Berkley estava esperando por ela? Que ótimo! Iria querer pedir um favor para ela mesmo. Alteava as sobrancelhas, como que encorajando-a falar e ela pedia alguns minutos de seu tempo. E que tipo de chefe seria se não tivesse tempo para seus funcionários, uhm? E antes de seus próprios interesses. Notava que ela ainda estava sentada e puxava uma cadeira próxima, sentando-se de frente para ela.

- Claro, Raphaella! Está... tudo bem? - Ela perguntava. Afinal de contas não tinha dado qualquer pista com aquele pedido para conversarem. Então... pode falar!

E para sua surpresa Sean também não dizia nada a seu respeito. Nem Will, nem Amy, nem Sean...Raph ficou um tanto desconfiada no início, mas depois foi pega por momentos de incertezas. Era difícil para ela confiar nas pessoas, tinha seus motivos para não o fazer. Mas tinha que dar o braço a torcer..jamais, nunca, em nenhum momento chegou a imaginar que os três mentiriam para ajudá-la. Era apenas difícil compreender o motivo daquilo..gostar dela ela sabia que não era..então, porque? Para Raph era muito mais fácil enxergar a maldade do que enfrentar situações como aquela. Sorria também para Sean como agradecimento pelo que ele havia feito..aliás, por isso e por não ter a irritado com aquelas cantadas porcas dele. Gostava que a tratassem com respeito e era o que ele fazia.

Antes de sair Sean sussurrava algo para ela, mas Raph continuava na pose de esfinge, uma completa incógnita. Sean não entenderia..talvez nenhum deles pudesse entender..mas ela precisava fazer aquilo, precisava saber quem era Mellanie e não havia melhor forma de descobrir do que aquela. Sean saia e se não tivesse fechado a porta, Raph o faria para evitar bisbilhoteiros.

Sentada frente a Mellanie, Raph inspirava profundamente com os grandes olhos cinzas fixos aos dela.

- Se me permite dizer, você tem funcionários magníficos, Mrs Lewis. Eu não esperava de maneira alguma que viessem a me tratar como um membro da equipe em tão pouco tempo. Ainda estou digerindo isso.

Encolhia os ombros, com ambas mãos a repousarem sobre a mesa delicadamente.

- Eles tentaram me proteger. Um gesto muito nobre, nobre até demais eu diria. Fui eu, mrs. Lewis. Eu que convidei Moretti a se juntar conosco na mesa. O William não fez absolutamente nada além de não ser indelicado, eu havia o colocado em maus lençóis já que era um amigo de sua família. Amy estava indignada a todo instante, ela é muito fiel a senhora e a empresa. E Sean demorou para se manifestar, ele parecia não compactuar com aquilo inicialmente, então preferiu apenas observar por um longo tempo.

Tomava um lápis sobre a mesa, brincando de percorrê-lo entre o vão dos dedos em um ir e vir um tanto irritante.

- Mrs. Lewis, a senhora já deve ter procurado um pouco a meu respeito, não é? Eu não sou o tipo de pessoa que consegue facilmente trabalhar em grupo..esse talvez seja um dos meus maiores defeitos.  Por isso estou tão surpresa com a união que possuem, isso certamente é um diferencial positivo para a Concillium. Entretanto, já que a política da empresa me parece ser esta, não posso permitir que seu nível de confiança com eles seja abalado. Posso ser muitas coisas, mas possuo um conceito particular de justiça que não pretendo dizimar. A culpa foi minha e apenas minha.

Largava o lápis sobre a mesa, voltando a buscar seus olhos com aquele olhar um tanto frio e inexpressivo.

- Sei que não quer saber os motivos, mas mesmo assim lhe darei. Eu gosto de desafios, mrs Lewis. E foi exatamente por isso que escolhi estagiar aqui. Não queria que nada nem ninguém facilitasse minha permanência. Assim que me deparei com Moreti, fiquei tentada em descobrir como ele era..como se portava em situações um tanto hostis. Não sou ingênua ao ponto de acreditar que ele iria me revelar seus maiores segredos. Mas precisava adequar suas atitudes, não apenas as dele como também a de seus funcionários em sua presença. Oras, Mrs Lewis.. o que me levaria a acreditar que ele é mais esperto do que nós? Só por que é mais velho? Pois eu tenho um QI de 208, Mrs Lewis. Só por que os jornais dizem? Pois escrevem muitas coisas de todas nós e bem sabemos o quanto costumam evidenciar apenas aquilo que mais lhes convém.

Unia ambas mãos sobre as próprias coxas, proporcionando uma belíssima cruzada de pernas com as costas eretas em uma postura impecável.

- Eu precisava saciar minha curiosidade a seu respeito e realmente me encantei por sua postura e conduta. Ele é um homem muito inteligente, fez o possível para nos ludibriar e fez muito bem por sinal. Entretanto..achei um tanto incoerente o fato dele ter escolhido trabalhar com Elliot, já que o próprio nos revelou que havia vendido sua parte em empresa anterior e almejava férias. Eu não sei, mas me parece que a união de ambos vai muito além do que meros negócios...

Franzia o cenho pensativa, se distraindo por um curto período e então voltava a atenção para Mellanie. O que ela faria e como reagiria a tudo que disse? Sinceramente...Raph esperava que Mel a mandasse embora ou algo similar, mas aguardaria sem tirar conclusões precipitadas.

Mellanie alteava as sobrancelhas quando ela escolhia começar a conversa daquela jeito. Mas... as covinhas logo apareciam, mesmo que ela não estivesse propriamente sorrindo. Ela sabia muito bem que tinha funcionários magníficos. Fazia parte da filosofia da empresa que ela e Ryan se envolvessem pessoalmente com a contratação das pessoas que queria que rabalhassem ali, exatamente para criar aquele clima na empresa. Claro que algumas experimentações eram feitas mas... a Concilium não era reconhecida justamente por suas estratégias de alto risco?

- Eu sei disso, Raphaella... não estava brincando quando disse que sei da competência e ética dessa equipe, agora mesmo... e é muito bom saber que está sendo tão bem recebida. É exatamente assim que gostaria que os novatos se sentissem. Quanto antes se sentirem parte fundamental da equipe, mais cedo se identificam com o lema da nossa empresa... - Ela falava tranquila. Tinha orgulho da empresa que estava construindo. E queria que seus funcionários sentissem o mesmo orgulho por serem parte fundamental desse processo.

Mas ela vinha dizer que Moretti tinha se juntado a mesa por convite dela? E ela apoiava o cotovelo na mesa, descansando o rosto sobre a mão. Ia deixa-la falar tudo quanto queria, mesmo que tivesse sido clara ao dizer que não queria saber os motivos ou a pessoa responsável. Aquela reunião não tinha o intuito de encontrar 'culpados'... apenas de chamar atenção para as nuances que o negócios deles tinham. Na maioria das vezes não bastava ser um bom advogado ou economista. Era necessário boas doses de diplomacia e política... tolerância, jogo de cintura, improviso. Iam aprender tudo isso a seu tempo e a lição daquele dia tinha sido: não sejam ingênuos. E olha que Mellanie ainda estava em fase de aprendizado nessa última.

Ouvia ela felar que tinha sido protegida, da fidelidade de Amy, da delicadeza de William.. coisas que já sabia. E a ouvia falar de si mesma, dizendo como era difícil para ela trabalhar em grupo, coisa que também não teria dificuldade em reparar. E finalmente... lhe dava os motivos por ter escolhido a Concilium, por um momento. E agora sim, as covinhas apareciam por causa de um sorriso, e ela voltava a se endireitar na cadeira para olha-la melhor, Raphaella.

- Não, srta. Berkley. Foi seu gosto por desafios que fez a Concilium escolher você. É claro que várias outras oportunidades de estágio estavam batendo a sua porta. Eu só quis que fôssemos mais rápidos e mais espertos em conseguir atrair seu interesse primeiro. Nós tomamos decisões fora da média vez ou outra e você foi nossa aposta da vez. E se nesse meio tempo você conseguir verdadeiramente se integrar a equipe e fazer o trabalho que sabemos que tem a capacidade de executar, bom... ponto para mim e Ryan. - E ela vinha falar de Moretti de novo. Mellanie meneava o rosto e a fazia aquietar as mãos sobre a mesa, por um momento - A experiência, Raphaella... - Ela respondia devagar. Não importava o quanto fosse inteligência, Raphaella... traquejo só se adquiria com o passar dos anos - ...a experiência de Moretti os diferencia de todos nós... - E ela estava se incluindo na conta? Com certeza. Deixava as mãos da garota livre e pigarreava para continuar. A menção de Elliot sempre a deixava muito perturbada, mas nada que um respirar fundo não refizesse sua linha de raciocínio - Eu também acredito que a união de Giovanni Moretti e Elliot Windsor vá além dos negócios. Eu e a maioria dos nossos clientes. E é isso que nos preocupa. E esse foi o verdadeiro motivo dessa reunião. Para que fiquem alertas. Há muitas maneiras de conseguir informações preciosas sobre o funcionamento da nossa empresa. Moretti não precisava ter feito qualquer pergunta sigilosa para conseguir informações que podem ser usadas para nos vencer em concorrências futuras ou até mesmo prejudicar nossos clientes em detrimento dos dele. - É Rapha, pode se considerar privilegiada, estava tendo uma conversa da mais alta importância estratégica para a Concilium e direto da fonte. Mas Mellanie estava os lábios e meneava o rosto - Mas... se preocupar com isso é minha função... e eu estou fazendo isso, fique tranquila. Você pode se concentrar sem culpa na tarefa de nos conseguir o UBS...! Precisamos de ideia novas para tornar nossa proposta inicial ainda mais atrativa. Estamos conversando para marcarmos uma reunião em breve, então temos muito trabalho até lá... - Contava, dando um tom de encerramento à conversa que estavam tendo.

Viu? Ela jamais te dispensaria, Raphaella, independente do que havia contado para ela naquela sala. Reconhecia seu valor e esperava que a Concilium retirasse algum benefício disso, como você retirasse benefícios da Concilium. Aprender a trabalhar em equipe talvez devesse ser o primeiro deles. Se levantava e... a conversa tinha sido tão profunda que ela quase ia esquecendo. Então parava a virava para ela na mesa novamente.

- Ahm... Raphaella? Eu... estou precisando de um favor pessoal do pessoal que faz Columbia... e... espero que não se importe pelo fato de eu ter pensado que você e Amy de repente não poderiam me ajudar... - Ela começava, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha - ...Giovanni Barletta, irmão mais novo do meu noivo está matriculado na universidade e bom... nós desconfiamos que ele não tem ido assistir as aulas. Será que... você e Amy não conseguem descobrir se ele realmente não deu as caras por lá? Qualquer informação que trouxerem dele é válida. Sabe como é... é uma grande responsabilidade manter um irmão mais novo nos trilhos... - Pedia. Era uma tarefa simples, mas ela estava no direito de dizer que não faria aquilo, se não quisesse. Então esperava a resposta dela antes de sair da sala, para dizer a Vitto que já tinha gente ou não com olhos em Columbia para eles.

Mel a corrigia, afirmando que a Concillium que havia a escolhido. Raph alteava uma sobrancelha mas se calava..bem, era claro que a Concillium havia lhe dado uma oportunidade, mas quem se inscreveu para tentar conseguir uma vaga de estágio fora ela, não? E Raph só havia o feito na Concillium, portanto, para ela, era ela que havia escolhido tentar entrar na empresa e era a respeito disso que havia se referido. E para sua surpresa, Mel não a maltratava e tão pouco ameaçava a mandar embora...ouvia a chefe com atenção, principalmente quando ela mencionava sobre experiência.

Raph meneava em positivo, deixando finalmente as mãos quietas com o auxilio das de Mel. Sem dúvidas a respeitava como profissional, o currículo de Mellanie era impecável e Raph pretendia conseguir alcançar algo semelhante. Sorria para Mel, e dessa vez o sorriso era sincero, gostava de aprender e naquele momento Mel estava a ensinando.

Logo depois o assunto começava a girar em torno de Elliot, onde Mel comentava que também suspeitava disso..e que eles possuiam maneiras preciosas de conseguir informação dele...Aquilo dava uma ideia para Raph, uma ideia maluca, mas que ela decidia compartilhar.

- E nós? Nós temos como descobrir informações deles, Mrs Lewis? Bem, quero dizer...já pensou na hipótese de criar meios que facilitem esse acesso a informações da L&W? Ao meu ver, ninguém sabe que a senhora não me despediu após ter te contado a verdade, não é?

O sorriso de canto um tanto malicioso tomava os lábios de Raph. Sim, Mel..ela estava propondo arquitetarem uma forma de a infiltrarem na L&W para que tentasse desviar informações para a Concillium. Bom, era uma ideia..mas Raph duvidava que Mel iria aceitar..por via das dúvidas, deixava isso no ar..não custava tentar, custava?

E então Mel falava sobre seu cunhado..isso retirava um sorriso delicado dos lábios da morena, meneando em positivo sem nem pensar duas vezes.

- Não se preocupe, Mrs Lewis, se o seu cunhado pisou na Columbia, eu vou saber. E caso seja de seu interesse, posso ficar de olho nele durante o ano letivo, não tenho problemas em conseguir que façam isso por mim. Felizmente dou a presidente do DA e tem muitas pessoas que me devem favores.

Mellanie não acreditava em fazer negócios daquele jeito. Bom, pelo menos não daquela maneira. Ela meneava o rosto.

- Nós vamos criar meios, Raphaella, não se preocupe. Mas não será nenhum em que colocaremos você em risco ou desrespeitaremos seu contrato de trabalho. Além disso não queremos a fama de dispensar pessoas que tem vida social, certo? - Ela chegava a brincar.

Percebia sua vontade de arquitetar planos, Raphaela, e talvez usasse isso no futuro. Mas não daquele jeito. No entanto... era interessante conhecer aquela disposição dela. Talvez fizessem bom uso daquilo, outra hora. No momento precisava pedir um favor pessoal. E ela aceitava? ótimo!

- Perfeito, Raphaella. Eu fico... extremamente grata. Seria ótimo ter olhos em Columbia! - Ela dizia com um sorriso de covinhas - ...e... se precisar de alguma coisa, por favor, não hesite em me chamar... - Completava, antes de sair da sala. Afinal, uma mão lava a outra, certo?