Mellanie's Room

A ideia do chalé tinha sido incrível, mas até parecia que iam voltar com mais problemas do que tinham ido, uhm? Bom, todo menos um. Santa farda, Vitto! E era bom que ele tivesse se dedicado quase 48h em acalmar em amaciar o italiano porque depois do show de Cameron que tinham pretensão de assistirem grudadinhos na cama, ele tinha ficado daquele jeito ansioso, andando para lá e para cá ameaçando espatifar o celular na parede toda vez que alguém deixava de atender. Ainda bem que ela estava phd em você, né Vitto? E em te colocar para dormir para resolverem todos essas questões na manhã seguinte. Não sem antes deixar um sms para Cam. Não custava juntar seus apelos ao de Vitto, assim que ela pegasse todas as mensagens:

"Camzinha... estamos preocupados com você! Liga pra mim ou pro seu irmão quando pegar todos os recados, vai. Estamos te esperando! Beeijos!".

Na manhã seguinte, era de se supor que a viagem de Lake Woods até NY não fosse das melhores... mas ela estava ali, Tigre, apertando sua mão. E dava até um alívio no coração pode ter um tempinho com Alli antes dela sair com sua mãe, deixando-a com o Tigre enjaulado.

- Eu sei, Delícia... eu conheço a Cam. Mas não vai adiantar nada você ficar assim, uhm? Ela vai dar notícias... sei que vai! - Ela dizia deixando um beijinho nos cabelos dele ao se levantar - ...e eu queria muito ficar aqui com você... mas hoje chegam uns contratados novos na Concilium, reforço de peso pra tentarmos pegar o UBS de volta... e eu preciso recebe-los. Vai me ligar se tiver alguma novidade, não vai? Eu volto correndo... - ela murmurava, e o beijo agora vinha nos lábios, uma despedida com a promessa de ser breve.

E ela saía de casa ainda tentando contato com Cameron, o rádio do carro ligado e... é claro que o pronunciamento da assessoria de Cameron estava repercutindo insanamente, uhm? E os locutores estavam justamente comentando sobre o assunto, quando ela sacava o celular para avisar Vitto. Claro que sempre tivera suas reservas com assessoria de imprensa, afinal, suas mentiras inventava ela mesma, mas... talvez pudesse tranquilizar o Tigre. Mas CADÊ que ele atendia? E ela até podia adivinhar o que é que ele tinha feito... mas acabava de chegar no One World Trade Center, junto com as mensagens dele.

"Parabéns, Delícia! Esse é o celular número três em um ano! Te levo um novo - e descartável - quando voltar para casa. Te amo"

Pegava o elevador e bom, pelo menos estava adiantada aquele dia, mesmo com tudo o que tinha acontecido. Cumprimentos no meio do caminho e Bettany, sua assistente pessoal, já vinha lhe entregar as demandas do dia.

- Bom dia, Betsy! Perfeito, obrigada. A sala de reunião já está pronta? Você me avisa quando Raphaella Berkley e Sean Lockhart chegarem? Veja se Ryan já chegou também e... não marque mais nenhum compromisso para tarde. Vou ter que voltar para casa logo, hoje... - Ela pedia, antes de entrar na própria sala.

Tinha alguns incêndios para apagar, mas não ia se esquecer da promessa de tentar diminuir o ritmo de trabalho, hein Vitto. Por você e por Alli. Ela tinha mesmo que aprender a delegar mais responsabilidades, embora não adiantasse, as contas grandes fizessem todas questão da assessoria pessoal dela. E tinha essa questão de ter uma Berkley na empresa, agora, o que por definição a colocaria ao lado de Elliot já que Keith mantinha um relacionamento bem estreito com o duque. Tudo bem que o processo seletivo mostrava que ela era a melhor pessoa a ser contratada... mas Mellanie já tinha caído no conto do currículo perfeito, uma vez. Ia acompanhar bem de perto, agora, mas esperava verdadeiramente que Raphaella lhe trouxesse a solução e não mais problemas.

*Uma semana se passou desde o dia em que Mellanie realizou uma reunião para conversar com sua equipe sobre os acontecimentos recentes, envolvendo seus funcionários e Giovenni Moretti. Deixou claro que não haveria uma caça às bruxas dentro da empresa, assim como não queria saber o que havia acontecido. No fundo, Mell sabia que podia confiar em seus funcionários e deixou bem claro que sua preocupação, na verdade, era do que os clientes poderiam pensar. Mas antes mesmo da reunião, Sean já tinha uma ideia de como lidar com a Miranda. Assim que saiu da reunião, após orientar Raphaella a não falar nada com Mell, o advogado foi conversar com Ryan. E ele conhecia bem Sean, sabia que o amigo seria exatamente aquele toque de agressividade jurídica que faltava ali dentro. Sean lhe contou seu plano e Ryan aceitou, indicando apenas que Mellanie deveria ser informada de todas as atitudes que seriam tomadas, o que Sean concordou de imediato. Na verdade, nunca pensou em tomar nenhuma atitude sem antes consultar Mellanie.

E, naquela manhã, lá estavam os dois amigos, esperando para conversar com Mell. Entrou no escritório da mulher logo depois de Ryan. Nas mãos, trazia uma pasta onde havia algumas informações que conseguiu coletar ao longo da semana... mas que ainda era o básico, apenas para mostrar à Mellanie de onde surgira aquela ideia. Assim que se aproximava de Mell, já estendia a mão para cumprimenta-la.*

- Bom dia, Srta. Lewis. Como vai?

*Sentou-se na cadeira a frente da mesa, ao lado de Ryan, e deixou que o mais antigo começasse a explicar parte do plano para Mellanie, mas ele fazia apenas uma introdução, já que as informações mais importantes estavam na cabeça de Sean. E assim que Ryan lhe passava a palavra, Sean abriria a pasta que tinha em suas mãos, bem como começava a falar.*

- Srta. Lewis, como deve saber, essa jornalista, Miranda, não é muito amada.. a bem da verdade, ela é uma pessoa muito mal quista. Nós não somos as primeiras pessoas que ela ataca através de suas palavras e mentiras.*E já estendia sobre a mesa a primeira foto, de um homem de idade, acompanhado de duas garotas mais novas, aparantando ser prostitutas.* - Há três anos ela publicou uma reportagem sobre o juiz Joseph McDonald. A época, o juizão ai estava se preparando para tentar uma promoção dentro do judiciário... mas foi prejudicado por Miranda...o caso foi abafado, mas McDonald ficou restrito a uma instância inferior, onde ele se encontra até hoje.

*Retirou de dentro da pasta uma pequena resma de papel, já toda digitada. Estendeu aquela resma para Mellanie e entregou uma também para Ryan. Os dois poderiam notar que Sean já havia se adiantado e digitado uma petição inicial para o caso, mas ainda não estava assinada. Entregue a petição, ele continuava.*

- O plano, então, é simples. Entramos com uma ação contra Miranda e seu jornal, por danos morais e materias. Achando a pessoa certa, o caso cairá nas mãos de nosso amigo, juiz McDonald. Feito isso, é fundamental que caia na mídia o conteúdo da ação e quem julgará... assim, ninguém poderá tirar a ação do McDonald, porque não terão como explicar o motivo pra troca de juízo da ação. Na mesma ação, vamos solicitar que seja expedida ordem judicial que proíba Miranda e seus amigos de postarem qualquer informação sobre a Concilium, seus funcionários e qualquer pessoa ligada à empresa, direta ou indiretamente. *Colocava sobre a mesa um jornal, onde falava sobre Cameron, Enzo, Mellanie, Vitto.* - Ou seja, sua família estará protegida. E pra completar, podemos soltar na mídia que Miranda lhe persegue, pois é apaixonada pelo seu ex-marido, Eliot. E, por isso, ela sempre vai em busca de matérias sobre sua família, sua empresa... enfim, tudo que lhe envolva...e, claro, soltamos isso na mídia... algum jornal rival...

*Falava com tranquilidade, sem temer que Mellanie achasse aquilo sujo... até porque, era! Sean olhava para Ryan e logo voltava os olhos para Mellanie, com a expressão séria. Tinha confiança no que dizia à mulher, sabia o que estava fazendo o que teria que fazer a seguir, se recebesse carta branca de Mell para agir.*

- Se concordarem, eu vou procurar mais informações para que possamos ataca-la. Se McDonald for o juiz do caso, ao menos uma Medida Protetiva nós ganharemos... evitando que ela fale sobre Mellanie Lewis, Concilium ou qualquer Barletta...

*Recostou-se na cadeira. E aí, Mellanie? Vai aceitar que ataquem aquela que vem se concentrando em atacar você e sua família? O plano estava armado... e você sabia que Vitto poderia lhe ajudar a fazer com que o processo caísse nas mãos do juiz certo, o que seria um obstáculo para Miranda. Ou teria pena da jornalista enquanto ela ainda tentava acabar com a sua vida? Os olhos de Sean permaneciam fixos sobre Mell, apenas esperando que concordassem... e então, ele procuraria as pessoas certas para transformar a vida de Miranda em um pequeno inferno.*

Mellanie chegava meio esbaforida no escritório depois de dois tempos com Vittorio Barletta mais embate com a rainhazinha dona do mundo via seu assistente igualmente do nariz em pé. Mas... finalmente estava ali! Passava por Betsy para pegar as novidades da manhã e ela lhe informava que Sean e Ryan estavam esperando na sua sala? Ela alteava as sobrancelhas, mas fazia um movimento positivo com o rosto, não mais demorando para entrar na sala, os braços ocupados com relatórios, jornais e a agenda do dia, além do notebook que tinha trazido de casa. Apoiava tudo na mesa antes de cumprimenta-los com um sorriso.

- Sean... Ryan...! Bom dia! Está tudo bem mas... devo me preocupar com a presença de vocês na minha sala? - Perguntava. A vida já estava tão caótica que ela estava ficando com mania de perseguição.

Dava a volta na mesa para se sentar e bom, estava à disposição e era toda ouvidos. E então o assunto ra sobre Miranda? Tinha vasculhado os jornais pela manhã e além do noticiário usual de fofocas, não tinha encontrado nada sobre a Concilium. Por favor, não deem mais essa bomba para ela...! Mas não. Ele estava lhe apresentando um dossiê sobre a jornalista? Os lábios entreabertos já prontos para pedir que não lhe dessem uma má notícia se fechavam e ela escutava, alternando os olhos de Sean para Ryan de quando em vez. E ele já tinha feito uma petição? Os olhos corriam pelo documento e bom... engajado ela já estava sabendo que ele era, mas conforme ele ia explicando o plano, Mellanie ia criando suas próprias reservas sobre o assunto.

- Sean... eu estaria mentindo se dissesse que me sinto confortável com uma jornalista como Miranda Halliwell a solta, mas... eu não preciso te dizer que mexer com a imprensa em um país minimamente sério, e esse é o caso dos EUA, é um tanto quanto complicado. Uma bola fora e bom... passaremos a vilões. E publicidade negativa é o que menos precisamos nesse momento - Ela começava, massageando a nuca enquanto falava, pensando a respeito de tudo o que ele tinha lhe dito - Eu acho valiosa a informação de que podemos ter um juiz julgando a nossa favor... - Prosseguia. E como podia ver, ela não tinha medo de sujar as mãos pela causa certa - mas honestamente o nosso motivo ainda é... frágil, auto-defensivo e pessoal demais. Claro que eu adoraria processa-la por calúnia, difamação e danos morais porque nada do que ela tem dito sobre minha familia condiz com a realidade... mas eu ainda não fiz isso por um motivo: não vou brigar com a grande imprensa, porque preciso dela. E tirar Miranda de campo por um motivo pessoal pode nos custar mais do que estamos prontos para pagar. Além disso... acho bastante perigoso, para não dizer indelicado envolver o Sr. Windsor nessa história... - Dizia depois de um suspiro. Fala sério que ela ia defender Elliot? Mas ia... e os olhos verdes estavam em Ryan ao fazer aquela consideração - ...ele acabou de se eleger a prefeitura e bom, está entrando para a família Scott. Não o queremos no olho do furacão. Bom... pelo menos não desse furacão. Elliot e a L&W são nossos concorrentes nos negócios, então acredito que a melhor maneira de disputar com eles é através do nosso resultado superior...

E Mellanie expunha sua linha de raciocício com clareza e sem propriamente impor o que estava falando, deixando cada impressão sujeita a questionamento, por mais sensata que achasse estar sendo. Estavam fazendo considerações, um planejamento, e claro que ela ia querer ouviar a opinião dos dois a respeito do que estava dizendo. Mas uma coisa tinha chamado sua atenção... e sobre isso, bom, ela ia querer discutir mais longamente.

- Agora... a ideia de levantar informações dessa mulher... me agrada bastante. Quer dizer... para mim está bastante claro que ela escreve por interesse. Só temos que descobrir de quem, para termos o motivo certo em mãos para darmos um belíssimo julgamento ao Excelentíssimo Juiz McDonald e o mais importante: que não nos ligue a derrocada dela. Estaria disposto a encabeçar essa busca, Sean? - Perguntava. Já que não se importava com remexer na sujeira e que ela percebia isso... por que não?

Ryan entrava junto com Sean, os olhos atentos a conversa que se iniciava e a restrição apontada por Mellanie a respeito de poucas provas. Ele concordava. A Miranda apesar de um grande incomodo contra a Concilium ela ainda nao tinha feito nada grave a nao ser revelar a existena de uma aproximação entre funcionarios e Gio Moretti.

- Mas, Cameron Barletta.. – e os olhos voltavam-se para Mellanie.. – Pode sim mover um processo se.. ela nao tiver nada com o Segurança. Atraves de Cameron podemos manter Miranda ocupada consigo mesma.. por um tempo.. – Talvez Ryan nao fosse tão certinho como dizia seu topete hm?

Os olhos seguiam ainda para Sean enquanto ele se colocava a disposição para pesquisar mais sobre Miranda, os olhos de Ryan se estreitaram levemente. Talvez porque a ideia sobre a pesquisa mais intensa sobre Miranda tivesse partido dele, e percebia em Sean, a ambição. E ambição quando desmedida podia ser uma faca de dois gumes.. mas não externou seu pensamento, concordava quando Mel incubia a ele de procurar mais a respeito.

- Acho que a ideia é valida sim.. talvez investigando consigamos saber quem passa as informações pra ela.. se é um meio licito ou não.. E vamos estar um passo a frente dela.

*Sean expunha o seu plano inicial, que havia tratado com Ryan alguns dias antes. Os dias que se passaram após a conversa entre os dois homens foram gastos com Sean se preparando para um primeiro ataque, se tivesse a autorização de Mell e de Ryan. Sabia o seu lugar dentro da empresa, bem como o lugar dos dois com quem conversava. E ouvia as ponderações iniciais de Mellanie, que trazia à superfície o risco de se iniciar uma "briga" com a mídia... e ela estava certa. Sean sabia dos riscos, já havia ponderado sobre estes e talvez até já soubesse que alguém diria aquilo: Mellanie ou Ryan, o respeito por ambos era o mesmo. Concordou com as palavras de Ryan, sinalizando de forma positiva com a cabeça e já ia logo dando continuidade.*

- Temos Cameron... o tal do segurança dela. Miranda vem usando o nome de sua família para se auto divulgar há semanas. E por isso usaríamos a imagem de Eliot, mas sem ataca-lo, necessariamente. Falar que uma reporter tem um amor platônico por ele... não é ofende-lo. Mas eu compreendo o que quis dizer. É realmente arriscado, Srta. Lewis... no entanto, é um risco que pode ser bem calculado. Veja...os EUA, como bem disse, é um país sério. E, exatamente por isso, nossa população a cada dia se volta mais e mais contra falsas informações, contra pessoas sendo vigiadas. Recentemente mandamos milhares de jovens para uma guerra que teve início após uma notícia falsa da existência de armas de destruição em massa em um país arábe. Imagine quantas famílias perderam seus pais, filhos, irmãos, maridos... quantas pessoas perderam amigos, por uma guerra que nunca foi justificada... e que a mídia ajudou na tentativa de justificar. E mais recentemente, um órgão do nosso governo que vem vigiando cada cidadão deste país e alega o fazer por segurança. A população americana está cansada disso... podemos tentar, de forma controlada e bem pensada, usar isso contra a mídia que nos ataca, contra Miranda. Por mais baixo que isso possa parecer, precisamos usar as feridas abertas na nossa população para tentar nos proteger.

*É, Sean não conhecia muito bem o significado da palavra "ética". Ou conhecia e discordava. A parte que parecia despertar mais interesse, no entanto, era investigar a vida de Miranda, descobrir cada podre da vida da reporter. E Sean notava aquele olhar de Ryan... não, colega, não era ambição... era esquecimento mesmo. Sean respeitava Ryan mais do que qualquer pessoa dentro daquela empresa e, apesar de não ser o melhor ser humano da face da terra, ainda não era o pior. E, claro, ele iria corrigir aquele erro.*

- A ideia, na verdade, foi do Ryan... mas sei que estão ocupados com outras coisas. Então, sim, não me incomodo de buscar as informações necessárias. Desta forma, vocês podem manter o foco em outras áreas... e eu vou cavando a cova de Miranda. No mínimo, um pedido de desculpas públicas... durante três ou quatro meses. Isso nós podemos conseguir...

Mellanie parecia considerar profundamente quando Ryan falava sobre Cameron... e Sean vinha endossar aquele ponto de vista. Talvez fosse um meio de manter Miranda ocupada, sim... Mas Cam era frágil e Mellanie não queria a expor mais do que já estava acontecendo, a não ser que ela concordasse.

- Eu... gosto dessa alternativa, mas... vou ter que conversar com ela e com meu noivo e ver se estão dispostos a entrarem na justiça por esse motivo. - Ponderava.

E Sean prosseguia defendendo apaixonadamente a ideia de levantar uma cruzada contra a mídia mentirosa. E Mellanie adoraria poder entrar de cabeça naquilo com você, Sean. Mas já tinha aprendido que as coisas não funcionavam assim. Não podiam comprar a briga da população dos Estados Unidos porque... bom, porque não eram pessoas comuns que consumiam seus serviços. Precisavam da mídia do lado deles e... se entrassem em uma cruzada para silenciar uma jornalista, por mais mentirosa que fosse, pode apostar que perderiam a simpatia dos outros jornais, que começariam olhar para eles como amaeaça. Todo negócio, toda pessoa pública deveria ter sua cota de publicidade negativa para a máquina rodar. Eles só tinham que estabelecer uma cota e virar o jogo, porque daquele tipo de notícia já estavam fartos.

- Eu ainda acho precipitado, Sean. Essa é uma briga que não acho que devemos entrar. Por outro lado... acreditos que podemos silenciar Mirando de outras maneiras... como você mesmo disse.

E então ele dava o crédito da pesquisa para Ryan, e Mell deixava os olhos verdes sobre ele, com um sorriso ameno. Ora, era por isso que ele era seu sócio. Mas Sean tinha razão quando dizia que eles tinham outras coisas em mente, burocracia e relacionamento com clientes, então topava assumir a investigação.

- Ótimo! Com alguém tão competente quanto você se dedicando a isso, acredito que não vamos demorar muito para termos o motivo certo para entrega-la nas mãos do juiz McDonald. - Ela falava. E imaginava que teria que preocurar nos lugares mais ilícitos da cidade, mas não ia te ensinar a rezar a missa, Sean, porque você parecia bastante gabaritado para a tarefa.

E já que estavam acertados, ela ia puxar o assunto do UBS, dizer que sabia que Van Dike estava na cidade e que estava em busca de uma oportunidade de mostrar o novo planejamento à ele, quando seu celular vibrava. E ela não costumava interromper suas reuniões, mas agora ela tinha uma filhinha, certo? Olhos no celular sempre! Além disso, podia ser Vitto com alguma novidade de todas as coisas que estavam acontecendo... então ela puxava o aparelho para perto, para bater os olhos e... era Raphaella com notícias de Giovanni? Ela respirava fundo.

- Vocês me dão um minuto? Preciso fazer uma ligação urgente... - avisava e não chegava a levantar da mesa para ligar, afinal, estava entre pessoas de confiança, certo?

E como Raphaella tinha ACABADO de mandar a mensagem, bom... ela com certeza veria o celular tocar. E se não visse de primeira, Mellanie continuaria insistindo, até que atendesse. E o que ia fazer com aquele Barlettinha inconsequente? Vitto com certeza ia matá-lo, antes de perguntar se ele tinha passado bem aquele tempo sozinho. Respirava fundo, e começava falar.

- Raphaella! Que ótima notícia que você me deu! Por favor, disfarce mas... ele está com você AGORA? - Perguntava. E a cabeça trabalhava a mil quando vinha a confirmarção - ...certo. Será que, discretamente, você consegue o endereço dele? Ele não pode saber que é pra mim, claro. E caso dê alguma coisa errada, você me liga imediatamente antes de perdê-lo de vista... tudo bem? - Ela falava ansiosa.

Não dava os motivos para a garota, mas também, se não havia especificado que queria discrição no começo, deixava isso bem claro agora. Giovanni não podia saber que aquela busca insana era por parte da família dele e o manual do Barletta saindo da adolescência lhe dizia que ele não recusaria em dar o endereço do lugar que estava para uma menina tão bonita quanto Raphaella Berkley. Claro que era um risco... ter notícias de Giovanni Barletta pela primeira vez em dias, e não ir imediatamente ao seu encontro. Mas ele não tinha ido procurar Vitto por um motivo, então ia ter que apanha-lo de surpresa, mesmo. E quando se conhecesse, você já ia estar devendo uma a ela, Gigio, porque se ela contasse pra Vittorio que estava na universidade, ela tinha certeza que ele iria te buscar lá pelas orelhas, na frente de todo mundo. Aguardava a resposta da Raphaella antes de desligar e então se voltava para Ryan e Sean mais uma vez, com um sorriso cansado nos lábios.

- Desculpem...! Mais problemas em família... - Murmurava.E aquela novidade mexia tanto com ela, que se esquecia de falar do UBS naquele momento. - ...eu... ajudo em mais alguma coisa?

Ryan escutava a conversa que era travada dentro daquela sala e era claro que os ataques de Miranda iam alem do que estava sendo feito, essa obstinação dela em focar Mellanie e os que estavam ao seu redor nos jornais, talvez tivesse algum motivo escondido e que eles precisavam descobrir.

- Voce ja teve alguma desavença com essa mulher antes? – perguntava a Mel, pq convenhamos Lewis, você parecia ser o prato principal do cardápio dela.

Esperava a resposta para continuar levando adiante o pensamento qeu tinha tido.

- Eu acredito que Miranda jogue sujo, seja pra descobrir seus furos, seja pra escrever de forma dubia,.. e se ela pode ser suja, temos que jogar como ela.. Talvez a pesquisa revele algo que a deixe com rabo prezo.. e que mostre que ela não ta sozinha no tabuleiro, sem precisar efetivamente mover um processo contra ela. Quem tanto mostra os erros dos outros está sempre escondedno um erro maior..

E mellanie pedia licença para atende uma ligação, ele meneava a cabeça afirmativamente, os olhos desviando para Sean por ter concordado em investigar.. a reunião era dada por terminada, ele apertava o ombro de Sean.. estava incubido da pesquisa.. e tinha certeza que Miranda nao perderia por esperar.. Sean dizia que a ideia era de Ryan.. ele sorria.

- mas a iniciativa foi do Sean.. então posso dizer que somos uma boa equipe..

E se nao houvesse nada mais a falar, ele se despediria, tinha alguns processos para avaliar antes de seguir pro tribunal.. semana cheia.

Vitto ouvia a explicação da briga com Marcella. Entendia que era coisa de mulher, que elas poderiam se entender, mas Cameron estava cheia de Hematomas Marcella, e da proxima vez que isso acontecesse, ele mesmo ia cuidar pra que você não tivesse mão mais para causar aquele tipo de machucado. Avisava a Cam que cuidaria de tudo, e deixava a testa recostar na da irmã, ouvindo ela o chamar pelo apelido de infância. Sentia o beijo na testa e pedia para Cam pegar Ally, ela dizia que sim, ele sorria,

- Brigado Floquinho. Amo. – e saia, de casa, bom teria algumas coisas para resolver alem de confirmar a consulta de Mellanie para logo mais.

E falando nela.. o celular tocava quando ele ganhava o elevador.

- Oi delicia.. – e era tão bom ouvir a sua voz, Mell, ele não sabia explicar aquele calor que invadia o coração quando via sua foto surgir no aparelho. – Eu to saindo de casa, a Cam vai pegar a Ally pra mim.. – e ela não tinha comido ainda?! Tudo bem Mel, ele podia atrasar o compromisso dele algumas horas pra estar com você – Eu acho ótimo.. assim aproveito pra matar a saudade um pouco.. – conversar serio? – Aconteceu alguma coisa? – A preocupação era imediata, Delicia, quando ele ja estava saindo do predio em direção à garagem, e pegava o carro alugado. – Eu to indo praí. Te amo.

E ao desligar com você Mel, o cel ja apontava o numero de Enzo. Ele atendia. Não via o irmão de guerra desde o problema com a justiça.

- Hey carcamano. Como está?! Estão cuidando direitinho de você?! – Perguntava, batendo a porta do carro. – Escuta, a encomenda ta chegando em NY, hoje a tarde. Onde você está!? Preciso conversar com você algumas coisas..

Dirigia rapidamente com o telefone no viva voz enquanto conversava com Enzo. Recebia outra ligação, agora de Vince, avisando sobre a reunião com todos os Capos.. mais problemas.. mais problemas.. como se nao bastasse ter que ir ao casamento daquele pulha, agora tinha um irmão desaparecido, Mellanie com problema de saude, um ex namorado da irmã precisando de uma lição, problemas com o trafico de armas e claro.. a porra de um russo que não sabia seu lugar na piramide. Parava diante do predio da Concilium, ligando de volta pra você Mel.

- Delicia.. to aqui embaixo amor.

Mellanie combinava os últimos detalhes com Raphaella... e tomaria todo o cuidado do mundo porque o maior interesse de Giovanni não perceber a armação era dela. E não tinha como não agradecer, pequena Berkley. Ela tinha começado com o pé esquerdo com a sua família, pelo menos ela achava, mas você estava tornando as coisas muito diferentes. E agradáveis. E agora precisava contar para Vitto que já sabia onde o irmão dele estava... então ligava com toda calma do mundo, sem susto, chamando ele pra sairem um pouquinho... e quantas vezes ela tinha feito isso no meio da tarde, hein, Vitto? Só quando você fingia que ia se matar!

Mas ela sentia o mesmo que você, Vitto... um alivio e uma sensação tão boa de ouvir sua voz no meio do dia! E ele ia sair! Nãããão! Vitto, antes de arranjar mais problemas eles tinham que resolver alguns. E era por isso que dava aquela apeladinha pra comida, muito embora não tivesse comido mesmo, porque sabia que era capaz dele levar o almoço até ela. Tudo bem que ele ficava meio desconfiado com a conversa sérias, mas ela tinha jeito pra tudo.

- Não... eu tô ótima! Só não quero falar por telefone. Estou te esperando... liga quando chegar que eu desço, tá? Também te amo. Até já.

E estava feito. E como não sabia o que seria depois que contasse para ele, já guardava notebook, algumas coisas que tinha esperança de conseguir ler mais tarde e enfim... tudo o que precisasse para passar o resto do dia trabalhando de casa. Saia da sala, avisava Betsy de seus planos e cruzava o escritório para dar uma palavrinha com Ryan. Mas Karen falava que a Srta. Williams estava na sala com ele... então ela achava melhor não interromper, deixando apenas o recado de que ele a encontraria no celular, se precisasse de alguma coisa.

Era o tempo de Vitto ligar dizendo que já estava lá embaixo e ela descia o mais rápido que os elevadores, o salto e as maletas nas mãos permitiam, entrando no carro e acomodando tudo no banco traseiro. E eles precisavam de um carro melhor. Era uma vergonha você estar andando com aquele carro alugado a tanto tempo, Vitto! Mas aquilo não vinha ao caso no momento. E ela sorria de covinhas para ele, antes de beija-lo, um selinho demorado que terminava com um suspiro. E ele parecia meio perturbado ou era só impressão?

- Está tudo bem? Você parece... meio tenso! Estava indo para onde, antes de eu te ligar? - Ela perguntava enquanto passava o cinto. E pode tocar, Vitto. Ela iria onde você quisesse.

Era melhor mesmo, Vitto... porque ela estava agitada como poucas vezes você tinha visto. E o mal dela era justamente o contrário, Vitto... porque ela costumava guardar até o limite e daí acontecia aquele tipo de coisa. Por isso ela nem chegava a se espantar quando acabava vomitando bem ali na calçada. Merda.

E ela tinha que resolver aquilo, Vitto... ou tudo pelo que tinha lutado profissionalmente até ali iria por água a baixo. Percebia que você não gostava, mas ela tinha que fazer aquilo. E se ele ia leva-la, tanto melhor. Porque já estava incomodada com como a tarde tinha se desenrolado. Era para estarem comemorando seu irmão estar bem e vivo, Vitto. Mas Mellanie era esperançosa. E por isso ia o caminho todo com a mão ali no joelho mais próximo dele, fazendo um carinho suave enquanto a outra mão ficava acariciando o estômago, tentando acalma-lo. Só mais um pouquinho... e ela prometia que ia dar mais atenção àquilo.

E aceitava a ajuda dele até ali o elevador, pegando tudo quando este abria no andar da Concilium. E te abraçava de um jeito meio estranho, com as mãos ocupadas... mas já cheia de uma culpa por ter tido uma pseudo discussão idiota com você, Vitto. Tinha um sorriso meio abatido quando ele fazia aquele pedido, mas ela só meneava o rosto.

- Me desculpa? É claro que eu vou com você a noite. Te ligo assim que eu terminar aqui e a gente vai resolver tudo juntos... tá bom? Se acalma. Eu te amo. - Ela dizia, franzindo os lábios para corresponder ao selinho dele antes de sair do elevador.

E voltava pelo caminho até sua sala, não com a melhor das aparências, era verdade. Trocava um olhar com Betsy como quem queria confirmar que a Rainha estaria na sua sala e respirava fundo, antes de entrar. Depois de ter recusado seu pedido de encontro, boa coisa não devia ser, ela estar ali. Mas Mellanie estava preparada para aquilo. Por isso cruzava a sala até a mesa, deixando seus pertences ali, antes de se virar para a rainha, estendendo a mão.

- Mell B... é um prazer reve-la, finalmente! Montblanc passou meu recado? Estava bastante ansiosa para encontra-la.

E era tão ruim aquela sensação de brigar com vc, delicia. Ainda que fosse uma meio DR, ele nao gostava. Daquele pequeno mal estar qeu se instaurava entre os dois. Estava nervoso, você tambem estava nervosa. E ele não contava os dias para a viagem pra italia sair e poderem relaxar e desopilar de tudo aquilo. Ele sabia ue precisava se controlar mais, ter mais controle sobre situações de furia.. mas era tão dificil.. quando ele menos percebia ja tinha estourado e feito todo estrago.Entao deixava a mão dele apertar a sua quando vc colocava sobre o joelho dele Mel.. devolvendo aquele carinho que queria no fundo dizer que tudo ia ficar bem.. que voces estavam bem.

Chegava no predio e a levava ate o elevador, preocupado com esse mal estar.. devolvendo a ela os materiais.. Então vinha o abraço meio torto que o fazia sorrir, deixand o beijo em seus cabelos. Quando vc pedia desculpas.

- Ta tudo bem.. me desculpa ter gritado com vc.. eu to nervoso.. to preocupado.. to puto da vida.. mas vc nao merecia.. tentou me ajudar.. me ajudou na verdade.. se preocupou comigo e eu estourei desse jeito. – ele devolvia o pedido de desculpas agora mais calmo e preocupado com voce delicia.. encostava a testa na sua, deixando o polegar brincar ali no maxilar de levinho..

- Me liga se sentir algo.. eu to preocupado com esses mal estares que você anda tendo.. hm? Eu vou resolver algumas coisas.. mas o cel ta ligado. – e deixava o beijo mais demorado pos selinho.. – te amo..

E saia enfim Mel.. seguindo para o carro alugado.

Claro que ela ia fazer uma visita sem ser anunciada. Se ela queria tirar a prova sobre o que havia recebido como informação. Não poderia avisar pra você pintar um quadro lindo e eficiente hm Mellanie?! E como dois e dois são quatro, ela encontrava exatamente o que Gio Moretti tinha propagado. Uma empresa entregue a estagiarios e jovens. Mellanie?! Não estava.. Ryan.. não estava.. Parava com ar altivo na recepção da sala de Mellanie e aquele serzinho insoso que ela chamava de secretária avisava que Mellanie ja devia estar voltando...

Se ela queria esperar!? Não.. nçao tinha a menor vontade de passar a tarde plantada esperando vc resolver trabalhar Mellanie, e ja estaria lhe dando o adeus, não fosse você entrar apressada e.. Mell B ate baixava os oculos escuros para observar o estado deplorável em que você estava Mellanie..

Mas sorria deixando apenas a pontinha dos dedos para serem apertadas em cumprimento, claro.. voce estava precisando de uma noite imersa nos produtos da Beauline.

- Sim, Montblanc me avisou. – e la estava aquele sorriso plastico que a realeza adora distribuir Mel. – Ja que eu estava aqui em NY, resolvi fazer uma visita. Ouvi algumas informações a respeito do mercado financeiro.. que me deixaram preocupada.. então.. queria saber de perto.. como andam as minhas aplicaçoes... e quem está cuidando da minha conta.

Claaaaro que ela tinha escutado 'informações do mercado financeiro'. E se estava tão a par do que andava acontecendo, talvez pudesse supor porque Mellanie estivesse com aquela aparência. Mas Mell sabia que sua xará não se importava demais com os outros e exatamente por isso não se importou em encontra-la daquele jeito meio abatido. Contanto que as coisas estivessem em ordem e ela estivesse ganhando dinheiro - e ela estava e muito, tudo estaria ok. Afinal, foi ela que não se importou com a crise do fim de casamento entre Mellanie E Elliot quando fecharam contrato, desde que ela cumprisse o que estava prometendo, certo?

E Mellanie estava, querida Mell B, rainha da Dinamarca. Como você bem deveria saber, através de seus assistentes ou fosse lá quem recebesse os relatórios financeiros que a Concilium enviava quinzenalmente. Então... aquele aparecimento repentino ligava todos os sensores de alerta da economista. Aquela não era uma visita de rotina, e Mellanie teve certeza disso quando ouviu as perguntas da Rainha logo depois de cumprimenta-la com as pontas dos dedos.

- Suas aplicações estão exatamente como deveriam estar... - Mellanie começava, se recostando na mesa. Tinha ficado tão elétrica que sequer ia conseguir parar sentada quieta, mas ali, ligeiramente recostada e de frente para a rainha, conseguiria manter o porte - ...estamos seguindo o planejamento que te apresentei quando fechamos contrato, o que quer dizer que suas médias estão acima das do mercado. A não ser o fato de termos agarrado a oportunidade de abrirmos um centro de P&D com uma empresa sul-coreana de alta tecnologia que estava fora da lista, mas isso, é claro, foi autorizado previamente por você. - Dava um panorama. E podia perceber que ela tinha as aplicações na ponta da língua, porque ela se envolvia diretamente com todos os clientes. Mas tinha alguns em que ela realmente estava mais presente. Chame de estratégia. Respirava fundo e prosseguia - ...Isso porque, como você deve se lembrar, depois de fazer um trabalho excelente com a Chaudry, conseguimos taxas e parcerias diferenciadas em todo o mundo, o que torna a carteira de clientes de Beleza da Concilium bastante especial... - E ela queria saber quem é que estava atendendo a conta dela? Com uma mão Mellanie acalmava o estômago que agora estava revirando de revolta, só podia, mas a outra colocava os cabelos atrás da orelha enquanto respondia calmamente - ...eu tenho uma equipe de capacidade técnica e analítica excepcional, Mell B. Mas da Beautline eu cuido pessoalmente, conforme prometido e acordado durante minha passagem por Copenhagen.

Ela prestava atenção sim, mas queria ouvir da sua boca, e tirar as conclusões depois do que aquele homem tinha dito a ela. E Mellanie, o que ele dizia batia completamente com o que estava tendo visão na sua empresa. Sentava-se. A perna cruzava-se de imediato elegantemente. Os olhos pousavam sobre você Mellanie. Enquanto discorria toda aquelaladarinha sobre investimentos. Ela recebia sim os relatorios, mas sua preocuapção em si não era exatamente em saber de aplicações financeiras.. seus assessores cuidavam disso.. Mas sim e saber quem estava no comando de sua conta. E você respondia, que você mesma Mellanie?? Ela não sabia se suspirava aliviada ou se ficava ainda mais horrorizada. Olhe pra você mellanie, se não cuidava da propria aparencia como podia gerenciar uma conta de beleza?!

- Então minha conta está sob seus cuidados.. – ela ajeitava-se – Tire-me uma duvida então querida… - o sorriso fake plastic surgia mais uma vez. – Eu venho acompanhando o turbilhão que anda se tornando a sua vida.. infelizmente a imprensa costuma acompanhar o dia a dia de algumas celebridades, e o que vem sido mostrado é uma enxurrada de eventos que custam e consomem a nossa atenção.. Me diga, como tem arrumado tempo para cuidar das minhas contas estando envolvida em tantos escandalos e situações constrangedoras..focos de incendios para apagar? Você ha de convir que para os meus negocios, para a Beauline ter o nome linkado a algo escandaloso não é bom. Seria extremamente de bom gosto que vc cuidasse disso tambem.

Ela era direta, ninguem poderia dizer o contrário.

Infelizmente, Mell B, o contrato que tinham assinado era profissional. Ela te devia resultados financeiros excelentes e estava dando. A vida pessoal dela era um caso à parte e não era da sua conta. Claro que lhe dava o direito de não gostar... até mesmo de querer dissociar sua imagem da dela. Mas nunca poderia dizer que ela não tinha gerido seus números com extrema competência. A pena era: como não queria perder a mulher, não podia dizer o que estava pensando.

A mão continuava apertando ali na região do estômago, mas ela deixava um sorriso suave nos lábios, como quem queria dizer que ela tocar naquele assunto não a incomodava. E tinha que ter o CARALHO de um sangue frio, hein Mellanie?

- O meu tempo sou eu que faço, alteza. E contanto que o trabalho esteja sendo levado com o mais alto grau de produtividade, e eu não permito nada menor do que isso, acredito que essa questão seja irrelevante. - E ela achava que Mellanie não se importava com o que diziam dela? Ou que não estava fazendo nada a respeito? - Nós vivemos em um país livre, Mell B. A imprensa, ou quem quer que esteja por trás dela, fala o que quiser. Estou buscando o controle disso, claro, mas acho importante ressaltar que eu e minha equipe recebemos prêmios importantes pelos nossos feitos, e pelo ritmo dos negócios, posso te garantir que eu e a Concilium vamos continuar no topo. Cabe a você, assim como qualquer espectador, escolher qual em qual informação acreditar... - Ela sugeria. Bastava pensar, rainha. A devassa enlouquecida e desequilibrada que a imprensa pintava conseguiria erguer aquele império? Manter tantos clientes importantes? Fazer tanto dinheiro? Ser a personalidade do ano da Time?

Ela escutava a sua defesa Mel, pacientemente.. sem desviar o olhar de vc um segundo sequer. Geralmente nao se importaria com o que vc faz ou deixa de fazer, com pra quem vc dá ou não.. a questão é que a sua imagem estava começando a ficar imunda demais.. E você ia precisar cuidar disso.,.

- Eu não me importo com o foco dos seus problemas pessoas.. e nem se os seus outros clientes não se importam com essa questão. O Fato é.. que a minha empresa precisa de uma base que ilustre o que ela vende.. e ela vende mulheres lindas, realizadas e invejadas.. então.. ela precisa estar linkada a coisas asssim.. – ela voltava a explicar. – Você ha de convir Mellanie que a imprensa nao inventa a toa.. tem que haver um foco, vc sabe disso, eu sei disso.. e o nosso dever.. como pessoas publicas é apagar os focos de incendio.. – ela pegava o celular, e mexia.. o escandalo no restaurante com vittorio ja ilustrando as paginas de fofoca. – É disso que falo.. vc da as margens.. para a imprensa pintar a imagem que quer de voce.. se isso nao abala o seu portfolio.. Tenho que bater palmas e lhe fazer um alerta… a imagem que passamos é o produto que vendemos.. e se vc vai continuar passando uma imagens instavel, escandalosa.. nao vai conseguir manter sua empresa no topo por muito tempo.. – e ela falava por experiencia propria.

- O fato é.. que eu não quero mais escandalos vinculados a minha marca.. eu espero.. que este.. seja o ultimo envolvendo a sua pessoa.

Que bom você não se importar, rainha. Queria dizer que tinha uma vida e coisas melhores para fazer ao invés de dar ouvidos e olhos ao que não prestava. Principalmente quando os negócios iam de vento em popa! Porque vamos combinar que das mídias sérias, as beixariam que circulavam sobre Mellanie e sua família passavam longe. Agora já as de quinta categoria... Mas que fosse. Mellanie estava cuidando disso. Ou melhor, estava administrando isso. Não tinha passado a manhã em reunião com Ryan e Sean exatamente por conta disso?

Os bastidores do mundo dos negócios era cansativo. Mas ela sabia disso, e estava disposta a enfrenta-lo quando tinha decidido seguir a carreira naquele nível de intensidade. E ela precisava apertar mais os dedos contra o estômago, contendo o inspirar fundo quando Mell B começava a discursar sobre a que tipo de coisas a Beautline deveria estar linkada e que a imprensa não falava atoa, sem um pano de fundo.

E ela não retrucava porque não queria parecer na defensiva. Nem ia ficar discutindo sua vida pessoal com uma cliente. Porque sabia, Rainha, você não estava preocupada com ela. E nem deveria. Não eram íntimas. Estava preocupada com seus negócios, e Mellanie tantava racionalizar por esse lado para não deixar os nervos aflorarem e encarar a questão como pessoal. Mell B estendia o celular para mostrar a mais boa nova para Mellanie e ela tinha que apertar a mão livre na borda da mesa.

Aquilo era de fato uma perseguição! E em toda aquela ladainha, Mell B tinha razão em uma coisa: aquilo precisava acabar.

- Eu não quero mais escândalos vinculados a mim. A mim ou a minha família. Então no que compete aos meus esforços para evita-los, eles não vão mais acontecer...- Ela dizia enfim. E porque você adorava uma massageada no ego e estava bancando a santa doadora de conselhos, ela completava - ...você tem a minha palavra....

Talvez esperasse que vc acabasse rebatendo as coisas que ela dizia e de certa maneira, a surpreendeu quando engoliu toda aquelas informações. Tinha razão Mellanie. Ela nao dava a minima pra vc, sua familia ou que cargas d’água voce fazia com tudo isso, contanto que nao respingasse em sua marca criada e cultivada com muita competencia e abrindo mão de muitas coisas.

- que bom que chegamos num ponto comum.. tenho certeza que as coisas vão caminhar muito melhores agora. – o sorriso plastico estava ali novamente. – Eu não vou tomar mais o seu tempo, querida… - ela levantava-se. – Montbanck entrará em contato.. – despedia-se.

O fato era que... não estava respingando. E ter uma conversa desnecessária como aquela estava mexendo mais com os nervos de Mellanie do que ela achou que pudesse mexer.

Mas também... que diabos aquela mulher que não se importava, e não fazia questão de parecer se importar, estava ali lhe dando lição de moral? Ela não queria uma gestão impecável, números bonitos e tudo funcionando como em um conjuntos de engrenagens limpos? Era isso que Mellanie estava oferecendo. E ainda assim ela ia procura-la para lhe dizer para continuar fazendo o que já estava fazendo? Me poupe!

No entanto, Mellanie podia tirar uma lição produtiva daquele encontro indigesto, sim. Auto-preservação. Tinha pregado aquilo para os seus funcionários, e tinha se esquecido disso nos últimos dias. Algumas coisas iam mudar, de fato. Obrigada Mellanie Brockovich.

- Claro... eu vou ficar aguardando. Acredito que nos veremos nos final de semana, então... até lá... eu te acompanho até a porta. - Ela dizia, se desencostando da mesa para sair junto com ela.

E a conduziria até os elevadores, a mão acostumada a ficar ali no estômago, como se aquilo pudesse aliviar o encômodo. E esperaria ela sumir em um dos elevadores antes de se virar, fazendo um movimento com as mãos para Betsy para acalma-la. Mell B tinha testado todos os limites de Mellanie, mas nada mais sério tinha acontecido.

Então voltava para sua sala, pensando no momento de discussão com Vittorio no restaurante. E apanhava o celular para ler com os próprios olhos quando via uma chamada de Cameron não atendida. E ela ia discar de volta, quando uma ânsia vinha com tudo, obrigando-a a correr para o banheiro.

Aquele dia realmente estava indo de mal a pior, e ela tinha que se sentar ali, de frente para o vaso, segurando os cabelos, enquanto voltava a vomitar, sentindo o suor frio nas extremidades do corpo. E ok, talvez ela devesse admitir que não estava mesmo bem. E se queria cuidar de todo o resto, devia cuidar de si mesma também, uhm?

Se levantava e molhava o rosto e a nuca... tentado deixar o mal estar passar enquanto retornava para Cameron. Chamava até cair. Ela estranhava, mas já estava mesmo nos planos ter uma longa conversa de garotas com ela, como no dia em que tinha chegado. O próximo passo era: admitir para Vitto que precisava ir a um hospital. Então era para ele que destinava a próxima chamada.