Fachada e entrada

*O taxi parou em frente ao hospital e Enzo pagou o motorista, descendo do veículo e caminhando com calma para dentro do hospital. Não encarava ninguém, não olhava para o rosto de ninguém. Passava pela recepção ainda despercebido e rumava para o setor onde viu na TV que o rapaz estava internado. Seu objetivo: a família do rapaz. Mas não, não ia matar ninguém. Talvez aquelas malditas palavras de Marcella o tivessem afetado... italiana dos infernos. Era ela que ele teria que matar, porque ô mulherzinha que sabia como dar um nó na cabeça de Enzo. Enfim, lá estava ele, aproximando-se dos familiares que, com certeza, o reconheceriam... estes ele fez questão de encarar. Mas ainda era impossível ele perder aquela expressão de quem vai matar alguém... era natural, um dom! Independente da reação da família do garoto, as palavras saíriam de seus lábios, calmas e pausadas.*

- Seu filho é um idiota. Achar que vai correr em direção a alguém que está sendo agredida e ficará ileso foi uma atitude estúpida... ele colocou a própria vida em risco por algo desnecessário. Achei que ele, assim como vários outros idiotas naquele lugar, tentariam agredir Cameron... e agi, de forma exagerada, admito. Então peço desculpas...

*Resposta? Não, ele era péssimo em aguardar respostas. Durante todo o tempo em que falou, manteve as mãos nos bolsos, imóvel, e virou as costas logo em seguida, afastando-se da família. Foda-se o que eles lhe diriam ou tentariam fazer... independente de qualquer coisa, graças à Marcella, ele não estava ali para fazer o que havia planejado antes: matar todo mundo... ao menos não naquele momento. Caminhou até a recepção, aproximando-se do balcão e olhando fixamente para a atendente.*

- Sou Enzo Montessori, procurado por bater em um idiota. Chame a polícia e diga que estou aqui...

*E caminhou até um dos bancos logo em seguida, esperando já que a atendente fizesse o que ele havia orientado. Se ela não fizesse, já não era problema dele. Sentou-se e cruzou os braços. Os olhos queimavam em ódio. Isso não havia mudado. Ainda tinha vontade de resolver aquela merda toda de outra forma. Preferia enfiar uma bala na cabeça de cada um daqueles que lhe causavam problema e pronto. Tomara que seus advogados sejam realmente bons, Vitto... se deixarem Enzo muito tempo na cadeia, com certeza ele acabaria matando alguém lá dentro mesmo.*

<--- CONTINUAÇÃO

O Honda CR-V branco tomava as ruas de NY, com Cam mandando ver no acelerador com o saltinho fino de seu Valentino. Precisava chegar a tempo de evitar o holocausto! Não sabia o que Enzo pretendia. Vai quee...não, melhor nem pensar nessa hipótese. Largava o carro de qualquer jeito no estacionamento e corria para dentro do hospital. Iria seguir a direção dos gritos! Mas..espera, cadê os gritos? Era nesse instante que Cam conseguia avistar Enzo ali, sentadinho, na sala de espera.


- Enzo!! Dio mio, stai bene? (Meu Deus, você está bem?)

Corria em sua direção, ajoelhando-se em sua frente com as mãos apoiadas sobre seus joelhos. Porém a loira agora estava disfarçada de ruiva e com um óculos escuro gigantesco na face. Mas ela até se esquecia desse fato...por sorte Enzo já sabia de suas tentativas, na maioria das vezes frustradas, de disfarces. O som calmo e doce de sua voz também seria um aliado para que ele a reconhecesse.

- Fiquei tão preocupada com você...que bom que está aqui! Me desculpe por te fazer passar por isso..perdonami, Enzo!! Perdonami!!

Levava ambas mãos frente aos próprios lábios..sempre com aquela mania de gesticular tudo enquanto falava. A verdade era que estava preocupada com ele e não era pouco.

- O Vitto me pediu para te avisar que precisa falar com você, ainda hoje. Mas..o que...por que veio aqui?

E não, Cam nem sonhava que Enzo já havia se entregue e apenas aguardava a polícia chegar para o levarem.

Enzo chegava ao hospital. Podia encontrar o ambiente calmo do lugar e das poucas pessoas que estavam ali na sala de espera.. ambiente que se tornava uma confusão em frações de segundo quando os primeiros ruidos de freio em pneus podia ser escutado. Ao que parece alguem tinha dado um furo gigantesco para a imprensa, e pouco tempo depois da entrada do italiano, jornalistas estavam cercando o prédio, quando ele finalmente encontrava Joseph, o pai do garoto que ele havia aberto a cabeça. E vinha daquele jeito bruto falar do seu filho.

“Você não se envergonha?!!? Ele era uma criança!! Um adolescente que estava ali por paixão por sua cantora favorita!!! Graças a você meu filho está em coma numa cama de hospital!!!! Graças a você minha mulher nao para de chorar e você vem chamar meu filho de idiota!!! Você é um covarde!!!!”

Oras Enzo ele era pai, e nenhum pai que tem seu filho internado numa UTI pode estar calmo, mas seu pedido de desculpas era registrado pela imprensa,e noticiado, quando uma figura ruiva irrompia tudo aquilo e passava pela murada de jornalistas indo ficar ajoelhada diante de você. E os flashes registravam aquela figura que aos poucos a voz revelava quem era.. e ja começava a correria e agonia para registrar a presença de Cameron ali tambem.

“Cameron!! Cameron Barletta!!! Uma palavra para a imprensa!!”
“Foi você quem ordenou o massacre ao garoto?”
“Desde quando você tem usado drogas?”
“Sua voz está melhor?”

Enzo se aproximava da recepção em meio ao furdunço formado no Hall que os enfermeiros e seguranças do hospital tentavam conter, afinal era um local onde o repouso e o silencio deveriam ser respeitados e pedia para que chamassem a policia. Era o Dr. Jacoob Match quem se aproximava Enzo. Um homem alto, forte e com um sorriso nos lábios.

- Você bateu em um ser humano... antes de tudo.. – Ele dizia entregando o prontuário na recepção. – Peça pra que alguem possa colocar esses jornalistas pra fora. – falava com a recepcionista. Aqui não é lugar para coletivas.. – Jacoob olhava para a ruiva de oculos.. para Enzo.. e se retirava.

A ordem dada pelo diretor do hospital era rapidametne atendida e pouco a pouco os jornalistas eram mantidos do lado de fora. Dando certo trabalho para W. Wallace entrar no hospital. A figura do loiro de olhar congelante e bem alinhado podia ser vista quando ele finalmente se aproximava de Enzo.

- Sr. Montessori. Sou William Wallace, seu advogado. – Muito bem Enzo, W. Wallace vinha pessoalmente cuidar do seu caso.

Pouco tempo depois, os dois detetives notificados da presença de Enzo no Hospital acabavam de chegar. Hugo Morales e Desmond O’Hare se aproximavam do rapaz.
- Enzo Montessori. O senhor está preso por tentativa de assassinato. – Eles notificavam, a algema ja nas mãos do policial. Solicitando que você se virasse Enzo, para que eles pudessem colocar.

W. Wallace intervinha.

- Meu cliente está se apresentando à polícia. Está vindo para se entregar, ele irá acompanha-los à delegacia, mas no meu carro, não está armado e não apresenta sinais de resistencia. Não há necessidades das algemas.

Os detetives olhavam-se entre si. Para eles, Enzo era so mais um marginal. Mas pelo jeito tinha costas quentes. Sinalizavam para que Enzo e William fossem com eles então.

- O seu cliente é um foragido da polícia Dr... Ele abriu mão de se apresentar por livre vontade na delegacia no prazo. E provou ser violento sem o uso de arma de fogo. Portanto. Ele vai sair daqui algemado sim.

*Estava ali sentado, apenas esperando pelo momento em que os políciais chegariam. Ele simplesmente ignorou a forma como o médico do rapaz falou com ele. Não vale a pena, Enzo... simplesmente não vale a pena sair matando tudo e todos que, de alguma forma, o irritem. Apenas olhou com o canto dos olhos para o médico e respirou fundo. Logo Cameron chegava, trazendo a imprensa consigo. Porra, Marcella! Precisava contar pra imprensa onde ele estaria?! Não tinha como ter sido outra pessoa... depois conversaria com ela, lembrando a assessora que ele não era um furo de reportagem que ela poderia simplesmente usar para barganhar algo. Ele pediu que ela preparasse o discurso... mas ela foi além... e não, Enzo não gostou nada disso. Agora aquele momento que poderia ser tranquilo, seria um verdadeiro caos.

Enzo olhou para Cameron enquanto a loira se ajoelhava à sua frente e já ia logo se desculpando por coloca-lo naquela situação. Ele repousou as mãos sobre as dela, segurando-as com firmeza. Cameron podia ver os punhos de Enzo maltratados, já na carne viva... mas ele parecia não se incomodar com aqueles machucados. Já até estava acostumado... era normal Enzo "sumir" quando algo o incomodava... só não sabiam onde ele se enfiava.*

- Você não tem culpa de nada, Cameron. Sabe que se eu precisar abrir a cabeça de outro para te proteger... eu o faço e encaro as consequências...

*Claro que faria. Por ela, por Vitto, por Vincenzzo... só que, naquele momento, não sabia se faria por Marcella. A vontade era abrir a cabeça dela e descobrir como diabos funcionava aquela cabeça oca da italiana. Naquele momento o advogado chegava, apresentando-se à Enzo. Já ouviu falar daquele cara... Vitto parecia confiar nele. Mas Enzo? Não... ele não confiava em advogado nenhum... não gostava de advogados. Ajudou Cameron a se levantar e levantou-se em seguida, olhando para o William e já notando os dois políciais que se aproximavam. Pena que ele deixou a arma em "casa". Poderia matar três porcos de uma vez só... raça desprezível.*

- Vá ficar com o seu irmão...

*Falava com Cameron daquela forma seca, mas que ela sabia que havia preocupação, e dava um leve empurrãozinho na loira. Acompanhou Will até os dois policiais e a discussão agora era se ele saíria dali com ou sem algemas. Enzo encarou os dois policiais, tomando a frente de William e já estendendo as mãos, com os olhos fixos nos detetives.*

- Está tudo bem, Dr. William. Apenas tire os jornalistas daqui, por favor.

Os lábios naturalmente rubros tocavam em seus punhos feridos, deixando um beijo leve e delicado em suas mãos. Aquilo não parecia justo, Cam não conseguia achar que precisavam mesmo prender Enzo. Ela sabia que ele não havia tentado matar o garoto, pois se ele quisesse tê-lo matado, o menino estaria realmente morto. Forçava um leve sorriso com os olhos a marejarem assim que o ouvia ausenta-la de culpa.

- Seja forte, agora mais do que nunca. Você não está sozinho..nunca esteve...não se esqueça disso!

Retirava colar com um pingente de crucifixo, entregando-o entre suas mãos. Não sabia se ele tinha fé..mas ela tinha e muita!

- Isso vai te proteger, Enzo..se não o deixarem ficar com ele..apenas o mentalize.

Era auxiliada a se levantar por ele e então vinha aquela chuva de flashs e jornalistas. Cam já estava acostumada com aquele tipo de assédio, mas agora eles estavam ficando cada vez mais agressivos. Os olhos azuis aveludados aumentavam ainda mais assim que ouvia as perguntas de alguns jornalista..Ordenar um massacre? Ela? Justo ela?

- Nã...não..eu nunca..por Deus, não!

Meneava em negativo, ficando realmente assombrada com a crueldade do ser humano. Erguia a mão frente aos olhos na intenção de protegê-los dos flashs, dando passos curtos para trás. Era nesse instante que um médico surgia, em um tom não muito diferente dos jornalistas...mas o que estava havendo com as pessoas ao seu redor?

- Me desculpe, dr Match...mas você também está falando com outro ser humano!

Ok, Cam é sempre muito calma e centrada, mas também não era feita de ferro. Não gostava que mexessem com quem ela amava e se importava. Enzo já estava pagando pelo que havia cometido, não precisava ser apedrejado feito um cão sarnento de rua. E mesmo que ele fosse culpado, que atire a primeira pedra quem nunca pecou! O importante é que ele estava ali, havia se redimido e aceitava arcar com as consequências. Os policiais entravam e Enzo a empurrava um pouco para trás, ela não relutava..ficava assistindo a tudo com ambas mãos na altura dos seios, tocando seu coração.

- Perfavore Dr. Wallace, não deixe que nada ocorra a ele.

Dizia com a voz embargada e o coração na mão. Não estava duvidando da competência de William, o conhecia ao ponto de jamais subestimá-lo..dizia apenas por uma busca insensata de conforto. Enzo era algemado e Cam levava a mão aos lábios, sentindo o choro querer sair de qualquer maneira. Não..ela não queria vê-lo ser levado dali daquela maneira.

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Saia da sala de espera as pressas, tomando o antebraço do médico insensível e grosseiro (Jacoob), assim que o encontrasse.

- Irei custear todas despesas hospitalares do Carl. Sei que deveria aguardar pela sentença..mas não vou. Não sei como está caminhando o tratamento dele e sei que você deve estar fazendo tudo o que estiver ao seu alcance...só gostaria de deixá-lo ciente que se houver qualquer empecilho financeiro para seu tratamento, agora não há mais.

Finalmente soltava o braço do médico, retirando a peruca e os óculos, e agora seguiria até os familiares...esse sim seria seu maior desafio!

A confusão estava formada dentro da área do hospital, com aquele bando de reporteres querendo um furo, e mesmo que Marcella não tivesse avisado a Miranda sobre o paradeiro de Enzo e sobre o que ele estava planejando fazer, aquele era um mundo vendido e podre, e a loira descia no Hospital para ganhar sua materia do mesmo jeito. Nada que informantes bem pagos não revelem. E as lentes dela estavam ali para registrar tudo. Desde a ruiva falsa que se revelava Cameron pela voz, ajoelhada em sua frente Enzo, e beijando seus punhos machucados.

Enzo pedia a policia e Jacoob escutava intrometendo-se. Quando Cameron partia para defender o rapaz enquanto Jacoob entregava o prontuário, ele respirou fundo.

- Eu acredito que este homem abriu mão do direito de ser chamado de ser humano, quando chegou para a familia de um jovem que está em estado de coma, em uma uti de hospital por ter ido a um show, e o chamou de idiota. Para o pai desse garoto.. O mesmo garoto que ele abriu a cabeça, e continua tratando-o por este adjetivo, então porque ao inves de vir me dizer que ele tambem é humano, não explica para este individuo, que o que ele fez é um ato de violencia gratuita, covarde, e que se referir desse jeito a uma familia que ja está sofrendo por quase perder um filho, não ajuda em nada.. não demontra nem arrependimento, muito menos compaixão pelo próximo. Passe bem, senhora.

É, Jacoob fazia parte do grupo de Doutores que trabalhavam pelo Medicos sem Fronteiras. Ele via caras feias como as de Enzo, em guerra. Via crianças assumindo rifles, via idosos mutilados e via a compaixão em soldados inimigos tambem. Então. Cara feia, ou se vangloriar por atingir uma criança, menor do que você, ou trata-lo daquela forma perante seus pais fragilizados sinceramente pra ele nao merecia nenhuam consideração como “ser humano”. Terminava de falar, e voltava a se ocupar com os prontuários.

W. Wallace tentava impedir que Enzo saisse algemado, mas a ideia de fuga inicial do rapaz dificultava a tentativa. Mas Enzo não resistia a prisão e deixava-se ser algemado. W. Wallace respirava fundo e ja se colocava a sair junto, requisitando auxilio dos seguranças do hospital para tirar Enzo do local, e conduzi-lo até a delegacia. Ouvia Cameron falar com ele para não deixar nada de mal acontecer, e meneava a cabeça

- Não se preocupe, estamos cuidando de tudo. – Estamos significava que a famiglia ja estava lidando com aquilo, e W. Wallace ja estava no celular ao entrar no carro, providenciando o habeas corpus, Enzo apenas daria entrada no lugar. Nao poderia sair da cidade até o julgamento, mas não passaria nem mesmo aquela noite na prisão. Isso custaria uma pequena fortuna a Vittorio, mas ele arcava com todas as custas necessárias.

Com Enzo fora do hospital, os fotografos ainda se dedicavam a registrar as ultimas fotos de Cameron antes de seguirem a viatura para fazerem a cobertura completa da prisão do segurança. Jacoob ja estava retornando para dentro quando a mulher o parava novamente. Dizendo que custearia todo o tratamento.. Ele estreitava os olhos para a mulher, não tinha reconhecido a sua voz como os jornalistas Cameron, e tambem não era nenhum grande fã de musica pop. Então nao estranhe o fato dele não ter reconhecido de imediato a figura à sua frente.. ate que retirava a peruca.
- Srta. Barletta. Que bom que ao menos este gesto de “humanidade” foi tomado.. Mas os custos do tratamento de Carl ja estão sendo feitos pelo advogado da familia, ele deve anexar os valores ao processo, não entendo bem disso.. Mas se quer realmente abrandar algo.. de uma palavra de conforto para aqueles que seu segurança acabou de bater novamente.. – ele indicava, a familia que ainda estava sentada ali no hospital..

E somente depois de fotografar a figura loira que se revelava por baixo da peruca ruiva, Miranda saia do hospital.. agora sim, ela tinha um mega furo de reportagem. O Segurança era amante de Cameron!!!!!!

E Jacoob ainda respondia, dando sua opinião. Certo, ele tinha a dele e Cameron tinha a dela, não iria mais debater a respeito. Enzo foi criado por sua família desde pequeno, ela o tinha como um irmão e não gostava de ouvir as pessoas que nem o conheciam, se sentirem no direito de julgá-lo. Se ele errou? Errou. Mas estava pagando por isso e, para ela, era o que bastava.

Cam é o tipo de pessoa que acredita nas outras, que se recusa a acreditar que nasceram más e morrerão assim. Que a chamassem de sonhadora mas, para ela, ela era apenas humana. Coisa que aquele médico estava deixando de ser ao visar apenas uma das partes. Quer dizer que ele era aquele tipo de pessoa contra os Direitos Humanos e que acreditava que prisioneiro bom, era prisioneiro morto? Oras, então vamos colocar todo mundo na cadeira elétrica e viveremos em um mundo melhor, hm? É fácil condenar as pessoas dr sabe-tudo, o difícil é acreditar nelas...não alimentar o lado ruim que a sociedade impõe e o meio em que se vive o condiciona a ser. Eu não sou uma garota tola como imagina, sou apenas humana!

Isso era o que Cameron pensava, mas não falava...e não falava por já saber que viria uma nova resposta e naquele tipo de diálogo não chegariam a lugar algum...era uma discussão completamente desnecessária. No instante que distanciava a atenção do médico, via Miranda. Ah Deus, mais essa? Eu rezo tanto, mas taaanto..por que o senhor me dá essas provações? Inspirava, já sabendo que não saiaria nada de bom dali. Voltava então a atenção para Jacoob, e sua outra provação já começava a alfinetá-la novamente. Cam estreitava os olhos, começando a mordiscar o canto da boca.

- Visualizzato! Se il proprietario pensa che la verità. Così Dio mi aiuti...Dio mi aiutiii!!! (Exibido! Se acha o dono da verdade. Que Deus me ajude...que Deus me ajudeee!!)

Resmungava baixinho em italiano, deixando as mãos gesticularem de forma indignada enquanto caminhava pelo corredor por conta própria, desistindo de pedir ajuda dele para encontrar a família de Carl. Pessoinha desagradavel o senhor, dr Jacoob. Muito bonito, mas desagradááável!! Ela não se importava dele não a conhecer, na verdade até gostou para ser sincera. Preferia assim, ela nunca quis ser uma celebridade, nunca ostentou a vida de famosa..cantava por amor e não por dinheiro ou fama. Essa foi a única sensação boa que teve durante o tempo que esteve próxima a Jacoob.
Enfim, acabava pedindo a informação para uma enfermeira e seguia em direção ao quarto onde os familiares e Carl estariam.

((Continua no quarto de Carl))

Lara encontrava Allison dormindo e não podia deixar de ficar aliviada, mas ainda mais tensa ao mesmo tempo. Cameron devia mesmo ter caído sozinha no meio da sala sabe-se lá por qual motivo, então ela voltava correndo para lá enquanto a atendente queria saber porque a menina estava desacordada. E Lara que já estava lutando bravamente contra um ataque de ansiedade, emendava:

- Como é que eu vou saber? Eu cheguei em casa e ela já estava desacordada! Está suando frio... não responde a nenhum estímulo. EU PRECISO DE AJUDA AGORA! - Ela exclamava desesperada, voltando a tocar Cameron na testa.

E do outro lado a atendente parecia entender a gravidade da situação, pedindo para Lara se acalmar, rastreando o endereço e dizendo que uma ambulância deveria chegar em alguns poucos minutos. E Lara desligava, passando uma mão nervosa pelo cabelo. Uma mania de mãe e filha, mesmo que tivessem passado a vida toda distantes. Engraçado.

- Já já vão chegar e cuidar de você, querida. Aguenta... por favor... - Ela pedia para a menina desacordada, receosa de mexer mais nela e acabar complicando alguma coisa do atendimento.

E já se levantava de novo, porque precisava tirar Alli da cama, acordando-a e dizendo que precisariam levar a Tia Cam no hospital tentando não assusta-la... principalmente porque ela veria a tia caída no chão e dali alguns minutos, os medicos que sobiam até lá de maca para retira-la do apartamento. E Lara tentava reunir tudo de que precisariam... a bolsa de Cam que ela encontrava pelo apartamento, sua própria bolsa e Alli nos braços. Não queria que a pequena passasse por aquilo, mas que escolha tinha senão irem todos na mesma ambulância sentido Weil Cornell?

E uma vez que estivessem a caminho, dividida entre Segurar Alli e a mão inerte de Cameron, ela também não tinha mais como evitar aquela ligação: Vittorio. E conseguindo ou não falar com ele, tentaria Mellanie na sequencia, dizendo que tinha encontrado Cameron desacordada e que estava indo com ela para o hospital. Porque ela tinha certeza que eles gostariam de serem avisados daquilo o quanto antes. E que chegassem logo no hospital... e que não fosse nada grave. Por favor.