Giovanni's Room

Mas um dia de trabalho. Depois da longa viagem a Dinamarca Giovanni estava se sentindo um pouco cansado. " A idade chega para todos..." Sorriu enquanto pensava isso. Estava em sua sala, arrumando as coisas para a chegada de Miranda. A moça tinha insistido tanto em uma entrevista que ele cedeu. Seria bom se apresentar mais para o mundo, pintar um bom retrato da L&W. Publicidade.

Arqueou as sobrancelhas e por um momento achou que estava no ramo errado. Riu um pouco divertido. Claro que não estava. Sabia exatamente o que fazia. Arrumou as cadeiras em frente à sua mesa, uma de frente para outra, ligeiramente inclinadas na direção da mesa. Em cima da mesa uma boa garrafa de vinho e duas taças e de fundo uma música clássica. Sentou em sua mesa, pegou o telefone.

- Anette, assim que a Srta. Hallywell chegar, por favor me avise. E prepare uma garrafa de Glenfiddich... 50 anos... Anette... não discuta. Depois eu converso com o Sr. Windsor. Dois copos e um balde de gelo... E traga para a minha sala 20 minutos antes do horário marcado com Van Dyke...Obrigado.

Gio não era estúpido. Havia marcado com a reporter pela manhã e com Van Dyke na parte da tarde. Não queria correr o risco de ela topar com o homem e aquilo ser noticiado antes da hora certa. Gio preparava suas armadilhas. Esperava que desse certo. Iria fazer de tudo para que desse.

Ahh ela tinha seus talentos e um deles era insistir até finalmente ter o seu furo da semana. Foi assim com Mellanie Lewis quando obteve a entrevista na qual ela declarou na frente do Duque que estava se divorciando dele. Claro que ela sabia que o Duque não esperava por aquilo. Aqueles infimos segundos que são captados indicavam que ele não tinha ideia do que ela tinha decidido fazer.

E agora, ela estava ali, prestes a enfrentar o tubarão. O mesmo tubarão que nadava em meio ás sardinhas. Aliado a Elliot Windsor, o prefeito. Cercando os funcionários da Concilium, sardinhas de Mellanie Lewis, seu faro jornalistico dizia que tinha algo ali, e ela ia descobrir o que era.

Chegou 20 minutos antes do horário à L&W e sorria para a secretária assim que se apresentava. E era informada que o Sr. Moretti a aguardava. Agradeceu sendo encaminhada para a sala do tubarão. O sorriso misterioso nos labios assim que a secretária fechava a porta atras de si.

- Sr. Moretti, é um prazer conhecê-lo. – ela dizia se aproximando, esperando ser convidada para sentar. Os olhos dela focados em você Gio, dentro dos seus olhos, bonita, inteligente e ousada. Um coquetel matador.

Gio já conhecia o perfil da caçadora. Mordaz, com veneno escorrendo pelo canto da boca. Já havia lido as reportagens dela e sabia que ela poderia virar qualquer fato contra ele. Gio teria que tomar cuidado. Talvez escolher bem suas palavras. Ou não. Era só saber jogar.

Seu telefone tocou, Anette anunciava a chegada da reporter

- Obrigado Anette... Por favor, conduza ela para dentro.

E lá vinha ela. Bonita, andando com firmeza. Como um guepardo que se aproxima da presa. Gio franziu o rosto de leve. Talvez ela não fosse tão mal. Tinha sua graça, um andar jeitoso, um rebolado... Balançou a cabeça negativamente, vamos ter foco. É uma entrevista, uma caça por informações.

- Srta. Hallywell... - Fez uma leve menção com a cabeça, enquanto apontava para uma das cadeiras em frente à mesa -

- Sente-se por favor...

Deu a volta na mesa, pegou o telefone.

- Anette, não quero ser incomodado. Obrigado.

Desligou o telefone, deu a volta na mesa novamente e se sentou na cadeira a frente de Miranda. Mais uma jogada de Gio, querendo impressionar a mulher deixando claro que ela teria 100% de sua atenção ou só mais um teatro do homem? Dificil saber.

- Vinho?

Ele disse enquanto servia uma taça para ele. Se ela quisesse, ele serviria uma taça para ela e entregaria. Se não, ele tomaria o vinho sozinho.

- E então, Srta. Hallywell... Em que posso ajudá-la ?

Ela era guiada pela secretária Anette, e entrava na sala. Sorria ao ser deixada sozinha na sala do homem. Tinha estudado você Gio, e sinceramente não entendia o porque você escolhia estar sob os panos de uma empresa que tinha tudo para fechar sem a presença de Mellanie. Elliot era um bom advogado mas quem dava o sangue pela L&W era aquela mulherzinha intragável dele.

Sorriu quando ele a indicou que sentasse.. e pela opção de não ser interrompido. Que gentil Gio Moretti, alem de bonito, charmoso, era educado e prestativo? Ela quase ia chorar...

Setava-se elegante e graciosamente, as pernas cruzando deixando que a saia negra revelasse somente o necessário das pernas. Coisa de tres dedos acima do joelho, o gravador era retirado da bolsa e colocado na mesa, entre ele e ela. Ele oferecia vinho,ela negava.

- Não obrigada, não bebo em serviço.. – sorria matreira enquanto ele vinha sentar-se novamente perguntando no que poderia ajuda-la.

- Sr. Moretti, eu agradeço muito ter encontrado um tempo em sua agenda para a minha revista.. e ficaria muito honrada se me concedesse uma entrevista.

Os olhos se mantinham sobre você Gio.. e o gravador sobre a mesa, ainda sem ligar.

As especulações sobre Gio e Elliot eram muito grandes. Todos queriam saber o que eles estavam fazendo juntos. Talvez a reposta fosse mais complexa do que todos imaginam, ou mais simples. Dificil saber.

Gio se sentou a frente dela e ela negava a taça de vinho? que tristeza.

- Ora Srta. Hallywell... É só um vinho. Os maiores negócios da minha vida foram fechados juntos à uma garrafa exatamente igual à essa...  - apontou para o vinho em cima da mesa -

- E então? o que me diz?

Entregaria a taça para ela se ela topasse. Se ela insistisse naquela bobagem de não beber, simplesmente suspiraria e tomaria um gole de sua taça.

- Uma entrevista? Será um prazer Srta. Hallywell... Sou fã do seu trabalho. Aquela reportagem sobre Mellanie Lewis merecia um Pullitzer..

Sorriu amistoso, cruzou as pernas e se recostou em sua cadeira.

- Vamos lá... Como vamos começar isso?

As pessoas sempre especulavam sobre duplas que tinham se dado bem Gio. E ela manteve o olhar sobre voce enqunato vinha sentar diante dela com sua taça de vinho. Reclamando por ela não beber.. ela sorria.

- Eu prefiro assim. – não gio.. ela nao ia beber do seu vinho, infelizmente, mas nao se importava que você bebesse.. e sorriu quando voce falava que seus negocios eram fechados ao lado de uma boa garrafa de vinho – Faz parte de sua tática de negocios entao? Embebedar seus clietes e assim obter melhores contratos? – Ela brincava.. ou não.. vai saber.. mas o sorriso ainda estava ali, tão provocante quanto antes.

Ela negava o vinho com um meneio da cabeça e a mão erguida.. não iria beber. Não que tivesse algum fraco com o alcool.. mas preferia manter as coisas assim, era seu estilo de trabalho, focada. Apenas e tãosomente no seu objeto de investigação. E ele topava dar a entrevista e ainda fazia um elogio a sua materia sobre Mellanie? Ela so não sabia se era algum tipo de ironia Gio, ainda.

- Infelizmente não foi daquela vez.. quem sabe com esta hm? – ela sorria, e a mão ia ao gravador apertando o rec.

- Podemos começar? – Se ele concordasse, ela mandava a primeira pergunta. – Quem é Gio Moretti?

Ela insistia em não aceitar o vinho. Ele deu de ombros. Fez o que podia para fazer um ambiente acolhedor para ela. Riu quando ela falou da tática dele. Era de fato uma boa piada.

- Uma matéria sobre mim não daria um pullitzer, Srta. Hallywell... Eu sou um homem bem menos interessante do que as pessoas imaginam.

Ela ligava o gravador. Ele franziu o rosto de leve. Vai começar a entrevista. Agora era a hora de levar as coisas a sério. E vinha a primeira pergunta: "Quem é Gio Moretti". Boa pergunta Miranda. Uma coisa difícil de saber.

- Quem sou eu? Eu sou um negociante à moda antiga. - arqueou as sobrancelhas, tomou mais um gole da bebida -

- Uma pessoa com uma grande aptidão para os números.

Sorriu. Respostar curtas e rápidas. Era mais seguro.

Ela o observava começar a responder sua pergunta.. em pedaços Gio? Estava pensando no que poderia e o que não poderia falar... Ela gostava disso.. mas nao demonstrava essa percepção a priori..

O gravador ja fazia a parte dele enquanto ela retirava o tablet para aproveitar e ja fazer algumas fotos do homem à sua frente.

- E porque a L&W Sr. Moretti? – Ela perguntava quase que imediatamente apos a segunda pergunta. – Ao que o mercado diz, sequer é acionista dessa empresa. É de se estranhar que um negociante a moda antiga se contente em gerenciar uma empresa como esta.. Elliot Windsor tem a fama de não tomar a frente no que diz respeito a essa empresa.. Este periodo é apenas um ensaio para o retorno efetivo?

Ela tirava fotos. Ele ficava impassível. Embora não gostasse muito de aparecer, sabia que as fotos eram inevitáveis naquele encontro. Se deixava fotografar. fazia pequenos movimentos circulares com as taças, gostava de ver o vinho rodando no receptáculo de vidro.

- A L&W tem uma história muito bonita. Foi uma das grandes empresas do mercado por algum tempo. Uma briga entre os sócios majoritários levou à essa queda de credibilidade de Elliot. E aquela coisa toda do vídeo afetou muito a ele. Mas ele preferiu ser mais reservado e não fazer disso uma cruzada. Quis focar nos negócios... Na carreira de político. E escolhi a L&W por basicamente dois motivos. É a melhor empresa do mercado e por que me fez uma oferta de emprego. Quanto ao dinheiro, qual a diferença entre sociedade e salário? É uma questão de soma.

Ele dançava com as palavras e não respondia sua pergunta diretamente, aproveitava para lamber Elliot como bom socio e parceiro.. e ainda deixar um fiozinho de responsabilidade de Mellanie naquele video intimo. Ela mantinha o mesmo sorriso do inico da conversa.

- Mellanie Lewis. A loba de WallStreet– ela dava inicio a proxima pergunta. – O mercado acreditava que por ela abandonar a empresa, no processo de divorcio e abrir uma nova sociedade, a maioria dos clientes que eram matidos por seus contatos.. iriam com ela.. Você acredita que sob a tutela de Mellanie Lewis, a Concilium possa fazer frente a você? – Sim Gio.. ela nem se referia a LW.. ainda mais com a ausencia politica de Elliot.. era voce.. voce contra Mellanie.. e ela queria saber como seria essa disputa.

Ele não dançava com as palavras. Respondia as perguntas que eram feitas. Se respondia sinceramente ou não, eram outros 500. Mas respondia as perguntas dela com presteza.
Enquanto ela fazia a próxima pergunta, ele tomava mais um gole da garrafa.

- Fazer frente a mim? Ora Srta. Hallywell... Quem sou eu? - Riu um pouco divertido com a pergunta dela.

- Mellanie é muito capacitada, tenho certeza que os funcionários da Concilium também são. Mas eu não me preocupo com as outras empresas do mercado. Eu tenho minhas metas pessoais e elas são ambiciosas o bastante... Se eu conseguir alcançá-las, acredite, estaremos muito bem... Eu preciso atender as expectativas do cliente. Se o cliente está feliz, eu estou feliz e a empresa vai estar bem...

Ela mantinha o olhar sobre você Gio, quando elogiava Mellanie, alem de tudo um gentleman. Então hora de escarafunchar mais fundo.

- Entendo.. ainda mantendo o foco em Mellanie Lewis, antes de aprofundarmos mais nas suas metas pessoais... – ela endireitava-se na cadeira. – A separação entre Mellanie Lewis e Elliot Windsor foi algo inesperado e que com certeza mexeu com o quadro de clientes da empresa. Inclusive Mellanie levou alguns clientes com ela nessa separação... Até onde essa separação afetou a LW e quais as mudanças de gestão que você empregou com a sua chegada?

Giovanni sempre foi e sempre seria um Gentleman. A falta de cordialidade é algo que jamais passaria pela cabeça dele. Talvez em um caso de vida ou morte, mas que não?

Continuava olhando para a moça e brincando com o vinho de sua taça. Mellanie tinha vindo com sua pá e parecia disposta a cavar bastante.

- A separação foi muito dura para a empresa. Os clientes, acima de tudo, procuram rostos familiares. Em um momento de incerteza, como foi a separação deles, é natural que a carteira seja dividida... Afinal, alguns foram trazidos por Elliot, outros pela Srta. Lewis...

O homem falava calmo. Olhava sempre nos olhos de Miranda, fazia gestos curtos e firmes.

- As mudanças são inevitáveis quando contrata uma nova pessoa para a gestão. Eu e Elliot conversamos muito sobre o futuro da empresa. Com a saída de Mellanie boa parte do quadro de funcionários foi renovado... Dessa maneira nos podemos contratar pessoas que tenham uma maneira de pensar mais próxima do nosso modo de pensar. Estamos focados no cliente. Não queremos acumular clientes, queremos clientes satisfeitos. Nossa política no momento é de não dar passos maiores do que nossas pernas.

Tomou mais um gole da taça de vinho que se esvaziava. Colocou ela em cima da mesa e repousou as mãos sobre os apoios da cadeira. Aguardava a próxima bomba.

Entao o quadro de funcionarios ainda nao estava plenamente definido Gio Moretti, isso explicava que voce talvez estivesse no pesque pague de Mellanie, e ela sorria.

- Então vocês ainda buscam rostos capacitados para incrementar o quadro de funcionários... Algumas fontes me indicaram que Raphaella Berkley é um dos jovens rostos da Concillium, mesmo sendo Keith Berkley um cliente fiel da L&W – Raphaella ue estava inclusive no jantar noticiado por ela no jornal. – Há interesse em manter o sobrenome Berkley sobre o mesmo teto?

Talvez sim, talvez não. Giovanni era um homem de motivações obscuras. Era realmente difícil de saber o que ele queria. Até mesmo quando ele falava.

- Miranda, um quadro nunca está 100% fechado. Assim como a qualquer minuto pode surgir um talento incrível que precisemos contratar, a qualquer momento alguém pode fazer algo muito errado e ser mandado embora. Até eu.

Sorriu de leve.

- Em relação à essa menina, Raphaela. Me recordo vagamente dela. E não temos interesse em contratá-la no momento... Keith é um grande homem, batalhou muito pelo o que tem. Acredito que ele quer que a menina siga o mesmo caminho. Não se começa por cima...

Se inclinou um pouco a frente para servir um pouco mais de vinho. Lançou mais um olhar para ela como quem pergunta se ela tem certeza que não quer uma taça.

Ela tinha entendido a alfinetada disfarçada e bem maqueada e sorria antes de prosseguir para a proxcima pergunta.. não tinha interesse em contrata-la.. o que colocava a ideia que ela tinha daquela subita aproximação com a concilium.. e porque nao dar a ele a chance de falar o que pretendia com aquilo? Meneava a cabeça recusando o vinho,.. e inclinava como quem pergunta se pode continuar.

- recentemente os jornais exibiram uma foto sua junto ao grupo da Concilium.. e varias especulações foram feitas a respeito. Coincidentemtne Raphaella Berkley era um dos jovens presentes à mesa. Cogitaram que estava inclusive, colhendo informações sobre os jovens funcionarios da empresa. E a sua versão Gio Moretti?

Mais uma vez ela recusava. Acenou com a cabeça como quem compreende, encheu sua taça de vinho e se recostou na cadeira novamente. Fez sinal para que ela continuasse a entrevista. Não precisava parar só para ele servir vinho.

- Ah sim... Os jornais procuram fatos onde não existe nada. Eu estava no bar, encontrei William, quem eu vi quando era um garotinho ainda... - Riu um pouco divertido - E fui cumprimentar um velho amigo. Ele ma chamou para sentar e logo os garotos estavam me fazendo perguntas e nós conversamos. Nada de mais... Dois amigos se reencontrando, e a boa e velha curiosidade deles... A mesma que te trouxe até aqui.

William.. William Hounstein Gottorp-Romanov Wallace II.. O filho do advogado W. Wallace que tambem pertencia ao quadro da Concilium e Miranda pontuava 2 rostos a ficar de olho nos proximos dias, enquanto escutava o obvio.. foi apenas um encontro casual num fim de noite.

- As pessoas tendem a maldar tudo não é mesmo? E para finalizar.. uma ultima pergunta Sr. Moretti. Agora que Elliot se tornou prefeito de NY e anunciou o afastamento dele das atividades desta empresa. Qual será o proximo passo de Gio Moretti? Tornar-se socio? Comprar a LW no mercado? Ou vai continuar como CEO de uma empresa sem direção?

Giovanni achou que não precisava dizer o nome completo do rapaz. Ela deveria ter feito a lição de casa e pesquisado aquela mesa de cima à baixo. E o que ela escutava, era a verdade. Um encontro casual em um fim de noite. Ou assim Gio gostaria que parecesse. Jamais saberemos a verdade.

- Miranda, está tudo muito recente, mas eu posso assegurar que a empresa não está... "sem direção" como você disse. Temos muitos clientes, mas estamos dando um passo de cada vez. Como eu disse antes, nosso foco, diferente do mercado, é a qualidade e não a quantidade. Estamos dando passos firmes para o futuro. Dessa maneira, os clientes que temos sabem que estão recebendo 100% dos melhores profissionais do mercado e os clientes que vamos abordar tem a certeza de que não estamos dando um passo leviano e tentando segurar mais do que podemos aguentar. Tudo está sendo feito com o maior cuidado possível, para não deixarmos nenhum cliente... Tanto os mais antigos quanto os que vem por ai... Na mão. Estamos focados. Quanto ao futuro, está tudo sendo discutido com os acionistas. Mas, por enquanto, Elliot delegou a mim a missão de levar a L&W ao sucesso. E, se esse for o desejo do conselho, ficarei mais do que feliz em permanecer nesse cargo.

Ela entendia o que havia sido dito e sorria satisfeita. Com a saida de Elliot, a LW seria dele, de uma forma geral.. mas obviamente suas considerações ficavam para si apenas.. deixava o sorriso satisfeito pegando o gravador de volta e guardando na bolsa.

- Sr. Moretti.. muito obrigado pelo tempo dedicado à entrevista... Foi um enorme prazer conhece-lo.. – ela se levantava estendendo a mão para ele apos estar pronta para se retirar. – É um homem encantador.

Uma conclusão confusa. A L&W tinha acionistas. Gio deixou claro que só seria presidente se a diretoria assim desejasse. Gio sorriu, se levantou logo após ela. Ajeitou o terno italiano.

- Srta. Hallywell.... Espero ter saciado sua curiosidade. Como pode ver, sou um homem com qualquer um...

Sorriu enquanto segurou a mão dela de leve e puxou para perto para dar um beijo suave enquanto ela falava que ele era encantador.

- São seus olhos, Srta. Hallywell. Sua companhia foi muito agradável. Se precisar de qualquer coisa, entre em contato. Ficarei feliz em ajudá-la...

Soltou a mão dela devagar.

Ela manteve os olhos em voce Gio durante todo o tempo que ficou com a mão dela segura. O sorriso sempre provocativo nos labios.

- Muito obrigada, Gio Moretti. Eu vou entrar em contato sim, com toda certeza.. sempre existem fatos novos na roda financeira.. e Wall Street. E espero ve-lo novamente, sem um gravador entre nós.

Uma cantada?! Quem sabe.. Ela se despedia, virando o corpo tão logo ele soltasse sua mão.. e seguia para fora da L&W.

- Você tem o meu telefone, Miranda... Eu que não tenho o seu...

E ele adotava um tom menos formal nessa última frase. Sorria olhando ela se virar e caminhar para a saída. Um belo desfile. Para fechar com chave de ouro. Assim que ela saía, Gio sentava em sua mesa e ligava o computador. Precisava resolver uns assuntos para depois fazer a reunião com Van Dike. Era tudo muito delicado.

E com toda certeza, ela retirava o cartão da bolsa Gio, e colocava em seu paletó.

- Agora ja tem.. – um sorriso, uma piscadinha e lá se ia Miranda embora da L&W.

O dia corria com seus atributos Gio, quando ele enfim chegava. A figura de Keith Van Dyke chamava a atenção por onde passava. Elegante, bem vestido, parava diante da sala da secretária de Gio Moretti. Tinha uma reunião agendada com o homem, e chegava pontualmente no horário.

- Avise ao Sr. Moretti, que Keith Van Dyke está aqui.. – ele avisava à secretária, com um meio sorriso cortez no rosto, enquanto sentava-se. Os dedos da mão direita mexendo no anel que ficava no dedo mindinho da esquerda, uma lembrança do Tio e Padrinho Keith Berkley.